Impostos nas bebidas ‘impediram’ consumo de 4 mil toneladas açúcar

Os portugueses vão consumir menos 4.225 toneladas de açúcar em 2017 graças à taxação de bebidas açucaradas, que levou a indústria a vender alternativas mais saudáveis, disse o ministro da Saúde, esta quarta-feira, 4 de outubro.

Adalberto Campos Fernandes falava na sessão de abertura da 1.ª Convenção de Alimentação Coletiva, que decorre em Lisboa, durante a qual sublinhou o sucesso desta taxação que, mais do que os impostos arrecadados, fez com que os portugueses ingerissem menos açúcar.

Na galeria acima, recorde uma dezena de truques que vão permitir reduzir consideravelmente esta substância no seu dia-a-dia. Sem taxas adicionadas

De acordo com o relatório “Redução do Consumo de Açúcar em Portugal: Evidência que justifica ação”, coordenado pelo nutricionista Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral de Saúde (DGS), e apresentado no ano passado, os portugueses consumiam quase o dobro do açúcar que deveriam.

De acordo com aquele documento, cada português consumiu 34,4 quilos de açúcar por ano. Ora, estavam a ser ingeridas 376 kcal/dia quando o desejável seria 200.

Depois das bebidas, vem aí mais taxas amargas para produtos açúcarados

Agora, os resultados desta iniciativa fiscal sobre o açúcar levou o Governo a iniciar um trabalho de busca por outros caminhos, com vista ao combate ao excesso de gordura e sal em alimentos problemáticos, embora o ministro não tenha adiantado quais os alimentos visados nem a forma como a medida será aplicada.


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“A matéria está a ser preparada”, disse aos jornalistas à margem da convenção, acrescentando que gostaria que o caminho passasse pela autorregulação.

“Não queremos prejudicar o bom momento que a economia vive”, disse, elogiando a atitude da indústria, que, perante a taxação dos seus produtos, “adaptou-se e gerou novos produtos mais saudáveis“.

Recorde-se que, em abril do ano passado, a Direção-Geral de Saúde (DGS) e a indústria da alimentação tinha assinado o protocolo que iria encolher os pacotes de açúcar da restauração. “Pretende-se reduzir a quantidade para 5 a 6 gramas, no máximo, tornando obrigatória a redução da oferta nos locais de consumo”, afirmou, então, o secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, aquando da apresentação do relatório ‘Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015″.


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CB com Lusa

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