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Lutar pela sobrevivência num mundo desunido e desigual

3% é a primeira série original brasileira
Aline (Viviane Porto) é uma jovem e ambiciosa "funcionária" com a tarefa de avaliar o Processo. "Ela está muito determinada em alcançar os seus próprios objetivos", diz Viviane Porto
Ezequiel (João Miguel) é o Diretor do Processo. Intenso, misterioso e com “pavio curto”, é uma pessoa em conflito com ideais extremos. “No seu quinto ano nestas funções, ele começa a questionar os seus métodos”, afirma João Miguel
Fernando (Michel Gomes) acredita cegamente no Processo. O pai é um pastor que o educou com o único objetivo de ser aprovado nessa seleção. Movimenta-se numa cadeira de rodas e é recusado por muitos candidatos, que não acreditam que ele tenha hipóteses de ser aprovado. “Nunca subestimes o poder da fé”, diz Michel Gomes
Joana (Vaneza Oliveira) foi criada à margem da sociedade, nas ruas do Continente, e sobreviveu sozinha. Inteligente e hábil, pouco interage com os outros candidatos e não se mostra interessada no Processo. “Ela acredita na sobrevivência dos mais aptos”, afirma Vaneza Oliveira
Julia (Mel Fronckowiak) é a mulher de Ezequiel e também Funcionária no Processo. “É uma mulher que vive encurralada entre a moral e o deve”, explica Mel Fronckowiak
Marco (Rafael Lozano) é um líder nato que sabe comandar as multidões. Ele está muito confiante no Processo pois vem de uma família lendária cujos membros sempre conseguirem passar para o Mar Alto. “Quando as pessoas não estão do lado dele, ele fica aborrecido e torna-se violento e agressivo”, comenta Rafael Lozano
Michele (Bianca Comparato) é uma jovem mulher ingénua com um forte sentido de justiça. Ela não tem família e foi criada pelo irmão, ele próprio a passar pelo Processo. O seu objetivo é ser aprovada. “Mas ela não está no Processo com o único propósito de viver em Mar Alto. Ela quer mais. E com isso ela enfrenta muitos conflitos interiores”, conta Bianca Comparato
Rafael (Rodolfo Valente) está ansioso por fazer qualquer coisa para passar nos testes. Egocêntrico, egoísta e sarcástico, acredita que os fins justificam os meios. “Ele tem os seus ideais, a sua própria utopia”, refere Rodolfo Valente

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As angústias, os medos e as esperanças. Os ideais, a fé e a desilusão. E a luta pela sobrevivência num mundo desfeito e onde a igualdade e união não estão ao alcance de todos. É neste mundo pós-apocalíptico que se centra a ação de ‘3%’, a primeira série original brasileira da Netflix disponibilizada esta sexta-feira na plataforma de streaming.

Alcançar a paz de espírito é difícil, mas é possível. Pelo menos para três por cento da população sobrevivente, habitante do chamado “Continente”, um lugar interior, miserável e decadente, onde alimentos, água e energia são uma miragem. Todos eles querem passar para o outro lado, para o “Mar Alto”. Aqui, tudo é abundante.

Para isso, terão de atingir os 20 anos e de se submeter ao “Processo”, que testa as capacidades psicológicas, os pontos fortes e fracos dos concorrentes enquanto os confronta com dilemas morais. O senão? Apenas 3% dos participantes vão ser aprovados.

Realizado por Cesar Charlone, nomeado para um Óscar da Academia de Hollywood pelo filme ‘Cidade de Deus’, de 2002, a série é inspirada numa webserie escrita e produzida em 2009 por Pedro Aguilera. “Acho que o argumento tem muito a ver com a nossa visão política do que é a sociedade em que vivemos”, disse Aguilera ao jornal brasileiro ‘O Globo’.

“O tema da meritocracia é típico da nossa sociedade e vai durar décadas. É um problema que está por aí faz algum tempo e não vai ser resolvido agora” (Pedro Aguilera)

O elenco é composto por João Miguel, Bianca Comparato, Michel Gomes, Rafael Lozano, Rodolfo Valente, Vaneza Oliveira, Viviane Porto e conta com a participação especial de Mel Fronkowiak, Sérgio Mamberti e Zezé Motta.

‘3%’ é a primeira aposta da Netflix na ficção brasileira. Em declarações ao mesmo jornal, o diretor de conteúdos da plataforma, Ted Sarandos, disse querer investir mais neste mercado e não apenas em séries mas também em longas-metragens. “Há poucos filmes brasileiros a viajar para fora do Brasil e alcançar uma audiência global. Olhamos para isso como uma oportunidade”, explicou o responsável. Entretanto, a Netflix adquiriu os direitos de distribuição do filme ‘Aquarius’, de Kleber Mendonça Filho.