Maria Alyokhina, das Pussy Riot, fugiu da Rússia disfarçada de estafeta de comida

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[Fotografia: by JOEL SAGET / AFP]

A música e ativista, que integra a banda Pussy Riot e que irá atuar em Portugal a 8 e 9 de junho, junta-se a milhares de russos que já deixaram o país desde o início da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro.

Maria Alyokhina, de 33 anos, revelou que conseguiu enganar as autoridades disfarçando-se de estafeta de entrega de comida ao domicílio.

Em setembro, Alyokhina foi condenada a um ano de “restrições” à sua liberdade – entre elas controlo judicial, toque de recolher noturno e proibição de sair de Moscovo, pena atribuída por ter convocado uma manifestação contra a prisão do líder da oposição russa Alexei Navalny.
Em abril, a justiça russa endureceu as medidas contra Alyokhina, substituindo-as por uma pena de prisão, numa audiência à qual ela não compareceu.

Em entrevista ao jornal The New York Times, a ativista de 33 anos disse que conseguiu sair da capital da Federação Russa disfarçada de entregadora de comida. Deixou o telemóvel em casa, para evitar ser rastreada pela polícia, e escapou com ajuda de amigos. Cruzou a fronteira pela Bielorrússia e, uma semana depois, conseguiu chegar à Lituânia após várias tentativas. “Fiquei feliz por ter conseguido, porque foi um grande e imprevisível ‘beijo de despedida’ às autoridades russas”, disse Maria ao NYT.

A companheira Lucy Shtein, também membro do grupo Pussy Riot, publicou no Twitter uma foto de Maria Alyokhina com um uniforme verde da empresa Delivery Club e com uma mochila de entrega de comida às costas.

Alyokhina “não fugiu da Rússia, ela saiu em tournée”, que arranca a 12 de maio em Berlim e que pretende arrecadar fundos para a Ucrânia, justificou Lucy. Maria Alyokhina já cumpriu uma pena de dois anos de prisão por fazer uma “oração punk” na principal igreja da Federação Russa, a Catedral de Cristo Salvador de Moscovo, em 2012.