![Ceremony - 74th Golden Globe Awards Ceremony - 74th Golden Globe Awards](https://www.delas.pt/files/2017/01/Meryl-Streep.jpg)
“Vocês, e na verdade todos nós nesta sala, pertencemos por estes dias aos setores mais vilipendiados na sociedade norte-americana. Pensem nisso: Hollywood, estrangeiros e imprensa. Mas o que é que nós somos? Somos um bando de gente de vários sítios”, começou por dizer a intérprete.
“A belíssima Ruth Negga nasceu em Addis Ababa, na Etiópia, foi criada na Irlanda e está aqui nomeada por interpretar uma jovem de uma pequena cidade na Virginia [EUA]. O Ryan Gosling, como todas as pessoas simpáticas, é canadiano. E o Dev Patel nasceu no Kenya, foi criado em Londres, e está aqui por ter dado vida a um indiano criado na Tasmânia. Portanto, Hollywood está apinhada de forasteiros e estrangeiros, e se os expulsarmos a todos não vamos ter nada para ver além de futebol e artes marciais mistas, que não são arte”, acrescentou.
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Streep elogiou de seguida os atores que tão bem souberam vestir outras peles, e destacou uma que que lhe “partiu o coração, não por ser boa – porque de boa não tinha nada – mas foi efetiva e cumpriu a sua função: fez toda uma audiência rir e mostrar os seus dentes”. A atriz referia-se ao momento em que Trump imitou, durante um comício político, o repórter inválido do ‘New York Times’, Serge Kovaleski.
“Partiu-me o coração e ainda não consigo tirá-lo da minha cabeça porque não se tratava de um filme, era na vida real. Quando esse instinto de humilhar vem de alguém numa plataforma pública, afeta a vida de todos, pois dá permissão a que outros façam o mesmo, O desrespeito convida o desrespeito, a violência incita a violência. Quando os poderosos usam a sua posição para intimidar os outros todos nós perdemos”.
A terminar, a atriz deixou mais uma palavra à imprensa: “nós vamos precisar dela e ela de nós para salvaguardar a verdade”.