Já há workshops para fazer a camisola poveira

camisola poveira_ Modatex
[Fotografia: Modatex]

A polémica do plágio em torno da camisola poveira e por parte da estilista Tory Burch reforçou o interesse e a curiosidade nesta peça de vestuário tradicional portuguesa.

A Associação de Defesa e Consolidação do Património Poveiro (Patripove) estabeleceu uma parceria com o centro de formação Modatex para ministrar cursos de formação, workhops e ações de formação em torno da célebre camisola poveira e pela preservação da técnica artesanal de tricotagem desta camisola tradicional.

A primeira ação de formação, que implica a elaboração de um exemplar por formando, já tem data marcada e arranca a 20 de setembro, estando já abertas as inscrições diretamente no site da estrutura que vai ministrar os workshops em torno da “tradição do fabrico deste ícone da Póvoa de Varzim e da história etnográfica de Portugal”, lê-se na nota divulgada no site.

Recorde-se que a “camisola tradicional Poveira bordada é originalmente feita em lã branca de fio grosso, da região da Serra da Estrela, denominada “lã poveira” e decorada a ponto de cruz. Os motivos bordados (de cor preto ou vermelha) são de inspiração diversa, como por exemplo: o escudo nacional, coroa real, siglas poveiras, objetos marítimos”, refere a Modatex. Uma peça que integrava o traje masculino para a festa do pescador e que emergiu na primeira metade do século XIX.

Em março último, a camisola poveira esteve no epicentro mediático depois de denúncia de plágio desta tradição nacional por parte de uma designer norte-americana. O caso, que depois se alargou a denúncias de plágios da loiça de Bordallo Pinheiro pela mesma criadora, levou inclusivamente o governo a anunciar que iria processar a artista por apropriação cultural.