Viu muitos dos seus temas arredados dos alinhamentos musicais da radio country devido à ousadia que lhes imprimia. Loretta Lynn morreu aos 90 anos, mas deixa um percurso feito de mais de seis décadas de trabalho e uma herança e uma voz pelo género. Loretta Lynn é a artista feminina mais condecorada de todos os tempos.
Escreveu letras inspiradas nas suas próprias experiências como mulher casada – subiu ao altar aos 15 anos com Oliver Vanetta Lynn – e no seu relacionamento muitas vezes tumultuoso.
Criou a sua própria banda, Loretta and the Trailblazers, e tocou em bares antes de gravar seu primeiro disco: I’m a Honky Tonk Girl, em 1960. Produziria depois dezenas de trabalhos, nos quais cantava com precisão lancinante sobre as dores crescentes do casamento e deu voz a questões enfrentadas por mulheres que há muito eram mantidas em silêncio.
“A maioria dos compositores escrevia sobre o romance e a paixão, terminar e ficar sozinha, coisas assim”, disse Lynn ao The Wall Street Journal em 2016. “A visão feminina sobre a qual escrevi era nova”. “Apenas escrevi sobre o que eu sabia, e o que eu sabia geralmente envolvia algo que alguém fez comigo.”
Lynn “morreu pacificamente enquanto dormia” no seu rancho no Tennessee, nos Estados Unidos da América, declarou a família em comunicado enviado à agência noticiosa AFP.
Loretta Webb nasceu a 14 de abril de 1932 em Kentucky, filha mais velha de uma família pobre de oito filhos. “Éramos pobres, mas tínhamos amor / Essa é a única coisa que papai garantiu”, cantava Lynn em Coal Miner’s Daughter, êxito gravado em 1970 – mais tarde a música tema de um filme de 1980 sobre sua vida
Lynn foi mãe de quatro filhos antes dos 20 anos, tendo tido gémeos depois disso. Admirador da voz da mulher, o marido comprou uma viola para Lynn no início dos anos 1950. Um presente que seria absiolutamente decisivo.
Com agências
