
O empresário Alberto Dionísio Ribeiro Gomes da Silva, proprietário da Couto S.A. e sobrinho do criador da Pasta Medicinal Couto, morreu este domingo, 7 de maio, aos 85 anos, anunciou a Fundação Couto, da qual é fundador.
E se a empresa portuguesa dá hoje cartas dentro e fora de Portugal, muito se deve a uma história de amor. Casado com Alexandra Matos, gestora empresarial, deram o nó e a empresa manteve-se nas mãos da família Couto, com um novo fôlego de expansão dos negócios e que se traduziu em aumentos de vendas de 20% ao ano, como revelou o administrador à Lusa em 2019.
Sete anos antes, Alberto Dionísio Gomes da Silva avançava à agência noticiosa as intenções de vender a empresa até 2017, mas a história da centenária marca portuguesa acabou por ser agitada por uma união.
O crescimento de vendas, que atingiu um volume de negócios de um milhão de euros em 2018, deveu-se ao investimento na criação de novos produtos de beleza com ‘design’ retro, mas também ao turismo, justificou na altura a diretora comercial.
Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Áustria, EUA e Coreia são os principais destinos dos produtos Couto, feitos num laboratório fiel “à tradição” e “antigas receitas”.
“Visão progressista e de um forte dever cívico”
“Perdemos hoje um amigo de longa data, com quem tivemos o privilégio de partilhar sucessos e insucessos desta instituição, sempre em prol dos interesses das crianças e na sua boa máxima e ideário de ‘Aprender com alegria para crescer com sabedoria’. Sempre serviu toda a comunidade de Vila Nova de Gaia e Porto com distinção e honra, imbuído de valores humanistas, de uma visão progressista e de um forte dever cívico”, lê-se num comunicado partilhado hoje nas contas da Fundação Couto, estrutura com estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social, nas redes sociais Facebook e Instagram.
[Fotografia: André Rolo / Global Imagens]
As origens da Couto S.A. remontam a 1918. Nesse ano surgiu, no Porto, a Flores e Couto, que em 1932 viria a chamar-se Couto, Lda., cuja administração ficaria a cargo de Alberto Ferreira do Couto, tio de Alberto Dionísio Gomes da Silva.
Alberto Ferreira do Couto criou, em 1932 e com a colaboração de um dentista, a Pasta Medicinal Couto. Em 1974, após a morte do tio, Alberto Dionísio Gomes da Silva assumiria a administração da empresa, responsável também por produtos como o Restaurador Olex.
A funerária refere ainda que está marcada uma missa de sétimo dia para sábado, 12 de maio, na mesma igreja do Porto.