Mulher que acusa Donald Trump de violação pede fim de atrasos

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[Fotografia: Craig Lassig/EPA]

O advogado da mulher que acusa o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, de violação na década de 1990 recusou esta terça-feira, 22 de fevereiro, um depoimento antes do julgamento para evitar atrasos desnecessários e revelou aguardar uma amostra de DNA.

A advogada Roberta Kaplan fez a revelação no tribunal federal de Manhattan, durante uma audiência pré-julgamento, para depois explicar aos jornalistas, fora do tribunal e acompanhada pela sua cliente, E. Jean Carroll, que um depoimento “inevitavelmente resultaria numa quantidade excessiva de atraso” e o objetivo é que “o caso avance”.

Em representação de Trump na audiência, a advogada Alina Habba, também fora do tribunal, afirmou aos jornalistas não ter ouvido antes que os advogados de Carroll não queriam um depoimento, um processo no qual advogados em casos civis questionam prováveis testemunhas sob juramento antes do julgamento. “É surpreendente”, comentou a advogada de Donald Trump, adiantando que, quanto à amostra de DNA, “nenhuma foi exigida”.

No entanto, a advogada de E. Jean Carroll disse que a amostra de DNA foi solicitada depois de o caso ter sido arquivado no tribunal estadual e precisou que o pedido ainda existe depois de transferido o processo para o tribunal federal.

Aos reporteres, a colunista E. Jean Carroll afirmou estar ansiosa pelo julgamento de Trump, em nome de todas as mulheres “que foram agarradas e apalpadas, agredidas e violadas por homens no poder e são silenciadas”, e que procura “fazer justiça, pelo menos neste caso, contra um homem poderoso”.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Trump não pode ser responsabilizado pessoalmente por comentários “crus e desrespeitosos” que fez acerca de Carroll porque, na altura, era presidente.

O juiz Lewis A. Kaplan, que presidiu hoje à audiência, decidiu em outubro passado que Trump não pode usar uma lei que proteje os funcionários federais de serem processados individualmente por atos praticados no âmbito do seu emprego.

O juiz também rejeitou um pedido dos advogados de Trump para que o andamento do processo, incluindo depoimentos, fosse adiado até à decisão do tribunal sobre a substituição de Trump como réu.