“Mulheres militantes do PS aumentaram 30%” em dois anos, diz Elza Pais

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Elza Pais reeleita presidente das Mulheres Socialistas [Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens]

Após a reeleição para a plataforma das Mulheres Socialistas (MS-ID), que teve lugar em dezembro, Elza Pais explica à Delas.pt o que pretende fazer num renovado mandato e após sete anos à frente dos destinos da plataforma.

Em vésperas de novo Congresso do PS, que arranca esta sexta-feira, 5 de janeiro, e se estende a domingo, 7, a partir da Feira Internacional de Lisboa, a responsável faz, por escrito, a radiografia à estrutura que reúne as mulheres e o que pretende ver vertido no programa de ação do partido em ano de Legislativas e Europeias.

E antes dos eixos prioritários para a igualdade e os direitos das mulheres, Elza Pais revela que, “nestes dois últimos anos, o numero de mulheres militantes do PS aumentou 30%”. “No último ano, lançámos um programa formativo, onde forram capacitadas cerca de mil mulheres, este processo de empoderamento e capacitação tem de ser continuado e consolidado. Foi esta uma das grandes mensagens da nossa campanha”, detalha, num olhar sobre o partido a nível interno.

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Elza Pais reeleita presidente das Mulheres Socialistas [Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens]
A prioridade, refere, passa por “consolidar a rede de estruturas concelhias, lançadas em 2020, e que praticamente só tem dois anos de existência por motivos relacionados com a Crise Pandémica que vivemos”. Uma rede que, detalha, “congrega cerca de 200 estruturas disseminadas por todo o território nacional, onde neste momento militam de forma ativa quatro mil mulheres”.

Para Elza Pais, a criação da “presidência regional das MS-ID, que até à data não existia”, permitiu “descobrir no território talentos de mulheres para a ação politica, que se perderiam para a política se esta rede não tivesse sido criada. Ou seja, ganham as Mulheres Socialistas e ganha o PS com esta nova dinâmica que criámos”.

Mais mulheres nas listas políticas, mais poder nas empresas

Em tempo de alinhamento de listas nacionais e de programa partidário, a presidente das Mulheres Socialista destaca cinco medidas que devem ser, nesta fase, prioritárias e serem integrados nos planos do PS.

[Fotografia: António Cotrim /Lusa]
Elza Pais quer ver alterada a Lei da Paridade, passando a incluir a obrigatoriedade de “alternância de género nos dois primeiros lugares das listas a qualquer tipo de eleição: legislativas, europeias, autárquicas” e não a atual que prevê um elemento do género menos representado – historicamente, as mulheres – por cada três lugares.

Nas empresas, a responsável quer propor o aumento do limiar “40%” [e não do atual 1/3] do género menos representado – de novo, as mulheres – “nos lugares executivos e não executivos das empresas cotadas em bolsa e setor empresarial do Estado”. Elza Pais quer, com isto, “terminar com o efeito perverso de colocarem as mulheres em lugares não executivos”.

Trabalho não pago e aumento da licença parental

“Ao nível da conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal, propomos que a licença parental aumente para 180 dias e que se adote a licença de parentalidade 50/50 (salvaguardado o período de recuperação da mulher)”, defende a presidente nacional da estrutura da MS-ID.

Elza Pais diz querer “reconhecer o valor do trabalho doméstico não pago, através do cálculo do seu valor no âmbito do PIB nacional, contabilizando o trabalho não pago como fator de riqueza”, sustenta. Para a responsável poderá ter efeitos particulares sobre “as jovens mulheres”, para que “não tenham de abdicar das suas carreiras para terem o numero de filhos que desejam ter. É também uma medida para enfrentar os desafios demográficos”.

Afastar o agressor e Linha SOS Assédio

Neste novo mandato à frente da estrutura, Elza Pais quer “reforçar o combate, sem tréguas, à violência doméstica, efetivando as medidas de afastamento do agressor e a monitorização das mulheres que pediram apoio e proteção (contabilizadas como sendo seis mil por ano, segundo dados do Relatório Anual de Segurança Interna, que se encontram nesta situação”. Um combate que quer ser alargado à “prevenção da Violência no Namoro” e “através de projetos de sistematização continuada juntos dos/as jovens”.

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[Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens]
Por fim, a presidente nacional da estrutura da MS-ID defende “tornar visível o Assédio sexual, para que as vitimas sintam confiança no sistema de proteção e reforçar a proteção das vitimas de Violação. Propomos a criação de uma Linha Nacional “SOS Assédio Sexual”.