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Mulheres estão nas autárquicas mas não vão chegar às presidências

As mulheres estão cada vez mais presentes na luta política, mas ainda longe de chegarem à mais alta função do poder local. Na galeria, fique a conhecer os dados por género que cada partido com assento parlamentar dispõe para estas eleições autárquicas. [Fotografia: DR]
PSD: O partido encabeçado por Pedro Passos Coelho conta com 70 mil pessoas envolvidas em listas de campanha para as eleições ao poder local. Daquelas, 43% são mulheres - uma das mais altas taxas entre as formações políticas com assento parlamentar. Contudo, a taxa decresce brutalmente - e o PSD passa a ter uma das mais baixas representações - quando são particularizados os números da corrida ao mais alto cargo de um munícipio: apenas 13% lidera listas para presidir a uma câmara. [Fotografia: DR]
PS: Das 46 mil e 833 pessoas envolvidas neste sufrágio pelo Partido Socialista (os dados fornecidos são ainda preliminares), 39,95% são candidatas do sexo feminino (18.709). No entanto, a percentagem baixa consideravelmente quando olhamos para as mulheres que estão na corrida ao maior cargo de poder local: a presidência de uma câmara. Aqui, elas representam 17,37% porque são 45 candidatas de um total de 259 pessoas. [Fotografia: DR]
BE: O partido coordenado por Catarina Martins parte com cerca de 130 candidaturas, em que 42,13% das participantes são mulheres. Olhando em detalhe para os dados fornecidos, o BE é, até ao momento e de acordo com a recolha do Delas.pt junto das várias formações políticas com assento parlamentar, o único a superar a percentagem de mulheres candidatas a Câmaras Municipais face ao volume de candidatas. Ou seja, se no global das listas do BE elas representam 42, 13%, nas corridas ao maior posto de poder local as mulheres são 42,28%. [Fotografia: DR]
CDS-PP: O partido liderado por Assunção Cristas revelou que, do total de candidatas, 38% são candidatas femininas e 31% concorrem à presidência camarária para as Autárquicas de 2017. Leia mais aqui. [Fotografia: DR]
CDU: Para além da quase igualdade apresentada pela CDU [coligação que junta o Partido Comunista Português e os Verdes] para as autarquicas de Lisboa – com 826 candidatos, dos quais 400 são mulheres -, os dados nacionais ainda não foram revelados ao Delas.pt. Leia mais aqui. [Fotografia: DR]
PAN: O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) concorre às Autárquicas de 2017 com cerca de 2/3 das candidatas mulheres. Ou seja, apenas 1/3 são do sexo masculino. “No PAN, temos 14 mulheres candidatas a liderar as câmaras, num global de 31”, refere o porta-voz, Francisco Guerreiro. Ou seja, os 2/3 de mulheres no global descem para um racio de menos de metade. [Fotografia: DR]

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As mulheres estão mesmo a envolver-se na luta política e a prova é que estas Autárquicas, cujas eleições decorrem a 1 de outubro, trazem um número de candidaturas femininas que vão dos 38% aos mais de 60%, consoante a força política em escrutínio. Afinal, são estes os dados gerais revelados pelos partidos com assento parlamentar ao Delas.pt.

No entanto, à medida que se analisam as listas para Assembleias de Freguesia até às das presidências de Câmara, o envolvimento das candidatas mulheres parece desvanecer. Ou seja, quanto mais alto o cargo do poder local em análise, mais elas perdem força percentual.

No caso raro do Bloco de Esquerda, o partido coordenado por Catarina Martins entrega números que indicam que a percentagem de mulheres candidatas aos municípios (42,28%) é superior ao percentual de candidaturas global da formação política (42,18%), todos as restantes forças revelam dados que mostram decréscimos acentuados.

Para ficar a conhecer os dados por género apresentados pelos partidos, percorra a galeria acima. De relevar que os números incluem as listas que correm em coligação.

O Partido Social-Democrata (PSD) é quem regista a maior quebra entre a percentagem global e o percentual de mulheres que se candidatam a liderar um município, baixando de 43 para 13%. Já a menor quebra parece ser registada, até ao momento, pelo partido encabeçado por Assunção Cristas, também ela rosto da corrida ao órgão máximo do poder local: a Câmara Municipal de Lisboa.


Conheça o município para o qual só concorrem mulheres


O Partido Socialista (PS) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) também registam discrepância semelhante. No segundo, a grande massa feminina de 2/3 de candidatas às eleições à geral desce ligeiramente para metade quando o assunto é a cadeira mais importante do município.

Até ao momento não foi possível obter os dados nacionais da CDU [a coligação que junta Partido Comunista Português (PCP) e Os Verdes (PEV)]. É ainda importante sublinhar que esta análise teve apenas por base as forças políticas com assento parlamentar. De fora, para já, estão os restantes partidos constituídos em território nacional, bem os movimento de grupos de cidadãos independentes, que estão em crescimento..

Imagem de destaque: Shutterstock