O fumo de incêndios florestais é nocivo à saúde, mesmo a quilómetros de distância

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[Fotografia: Pexels/Pixabay]

O Canadá esteve recentemente sobre o impacto de grandes incêndios florestais. O fumo desses desastres naturais invadiu os Estados Unidos e outros países, chegando até Portugal, que fica a milhares de quilómetros de distância.

A fumaça tornou o céu escuro e o sol vermelho e desencadeou alertas na qualidade do ar em diversos locais. Chris Migliaccio, toxicologista da Universidade de Montana, estuda o impacto do fumo de incêndios florestais na saúde humana e explicou sobre o risco ao bem-estar das pessoas quando fumaças desses desastres naturais, mesmo distantes, chegam.

A qualidade do ar é falada em PM2,5. Ou seja, material com partículas de 2,5 mícrons ou menor, que é pequeno o suficiente para penetrar profundamente nos pulmões. A exposição a essas partículas provenientes de fumo ou outra poluição do ar, como as emissões de gases de veículos, pode agravar condições de saúde como a asma e reduzir a função pulmonar, podendo piorar problemas respiratórios e até cardíacos.

Mas o que compõe o fumo de incêndios florestais? Além da vegetação, alguns resíduos de combustíveis também podem ser queimados, deixados pela mão humana. Assim, os químicos que geralmente se encontram são os compostos orgânicos voláteis, monóxido de carbono e PAHs ou então hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

A exposição a esses fumos pode causar irritação na garganta e no nariz e talvez uma inflamação. Geralmente, as células nos pulmões chamadas macrófagos alveolares captam as partículas e eliminam-nas, se for em doses razoáveis. Mas quando o sistema fica sobrecarregado, os problemas acontecem. Uma das preocupações é a possibilidade de o fumo suprimir essas células e torná-las mais suscetíveis a infeções respiratórias. Contudo, muitos estudos continuam a ser feitos sobre o assunto e até pesquisam os efeitos potenciais no cérebro e sistema nervoso.

Voltando ao assunto inicial, mesmo a muitos quilómetros de distância, o fumo é prejudicial. Isto porque, quanto mais tempo na atmosfera, mais a sua química será alterada pelos raios ultravioletas, o que faz com que ocorra uma oxidação. Assim, há indicações de quanta mais exposição aos raios, os efeitos na saúde também serão maiores.

Quando o caso dos fumos de incêndios florestais foram muito presentes, baixar a sua exposição é recomendado. Pode tentar purificar o ar dentro de casa e, quando sair à rua, utilizar uma máscara, que ficaram tão em uso durante a pandemia.

Apesar deste caso vir à tona com os incêndios no Canadá, não se pode esquecer que Portugal é um país muito suscetível aos mesmos desastres durante o verão. Então, mantenha as matas limpas.