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Como as instagramers descobriram a margem sul (e vão todas vestidas da mesma cor)

Depois de Lisboa, os forasteiros rendem-se ao outro lado do rio e as influenciadoras, ou aspirantes a, partilham o seu amor nas redes
Com milhares de seguidores, e outros tantos gostos nesta foto, Tezza foi das primeiras a mostrar as valias da esplanada amarelinha. Toda ela em sintonia com este Ponto Final
Um remake a cargo da instagramer Clair Rose Cliteur, que agradece a inspiração de Tezza
Tem poucos dias esta imagem. Menos amarelo, mas o mesmo elogio da vista
Efeito ao por do sol? Também se arranja e é bem catita
Diziam os antigos que o amarelo é a cor da fome mas não há fome que não dê em fartura, como também sabemos
Nem Elena, mulher do guarda-redes do Sport Lisboa e Benfica Odysseas Vlachodimos resistiu aos encantos da romântica mesa amarela
"A vida no seu melhor", com um coração amarelo, claro está
Uma versão noturna e um pouco mais alternativa com o tom amarelo a predominar ainda no copo de prosecco
"Uma coisa a fazer em Lisboa" é ir a Almada
Instagood no seu melhor, na cor que o leitor já sabe
Mais um belo postal para arrancar vários pontos de exclamação neste Ponto Final
Mais uma #fashionista no seu "elemento amarelo"
Padrões complementares, armações alinhadas com a tendência, alegria à mesa. Tudo certo
Em modo "mellow yellow"

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Se nunca pensou planear o guarda-roupa de férias em função do tom da toalha de mesa onde vai almoçar, seja bem-vindo ao verão de 2018. O cenário é um destino conhecido pela pequena esplanada mesmo à beira rio, simples e descontraído, com a mesa a pedir petiscos, copos e boa companhia. Dispensava grande publicidade, pelo menos na Grande Lisboa e arredores, mas já caiu no goto das influenciadoras internacionais, sempre atentas a tudo o que é must go, must see, must do, e outras ordens adoravelmente acatadas pelos servos pós-modernos – à exceção de must think.

De visita à capital, há quem não perca a oportunidade de rumar à outra margem, para conhecer, e fotografar (ou conhecer através da fotografia), sítios pitorescos como este, que passam cada vez menos despercebidos ao faro apurado do turista 2.0. E se o restaurante Ponto Final, em Almada, se vale em larga medida da vista fantástica que proporciona da ponte 25 de Abril (há quem compare a experiência com a de São Francisco, nos EUA), no momento da foto para as redes nenhum pormenor é deixado ao acaso no número 72 da Rua do Ginjal, em Almada.

Não, não falamos do efeito das petingas de escabeche, dos pezinhos de coentrada, da sopa de cação, dos carapauzinhos com arroz de tomate ou de outros mimos para o estômago presentes na ementa e capazes de levar qualquer um a esquecer-se de tirar foto – incluindo o inventor do daguerreótipo. É que essa é uma história muito antiga, do tempo das placas de cobre, e o mundo quer-se garrido e pouco oxidado.

Que o diga uma das pioneiras nesta elaborada produção, Tezza, diretora criativa, stylist e música, sedeada em Nova Iorque, viajante profissional, com 588 mil seguidores no Instagram. Foi em maio deste ano que partilhou uma foto com milhares de gostos na sua conta, de visita a esta paragem, estudada ao pormenor. Desconhecemos o que comeu, mas sabemos que se vestiu de amarelo.

Não demorou muito até que outra influenciadora, Claire Rose Cliteur, com 354 mil seguidores, seguisse o exemplo e replicasse a fotografia, de novo combinando o tom predominante com o seu visual. Porque, convenhamos, cada vez faz menos sentido recomendar: “aparece porque as sardinhas são bem assadas” quando se pode dizer “veste-te assim e assado porque apareces bem melhor na imagem”.

Percorra a galeria e bom apetite.

Como #sacarlikes com as dicas das nossas instagramers