O objetivo é, na medida do possível, blindar o direito à interrupção voluntária da gravidez para que as mulheres não percam esta possibilidade já conquistada. De acordo com o instituto de estatística francês Ifop e para a fundação Jean-Jaurès, 81% dos franceses, ou seja, oito em cada dez quer ver o direito ao aborto consagrado na lei maior do país e 77% vê utilidade nessa opção.
Aliás, segundo o site France Info e que avança em exclusivo este estudo de opinião, vários grupos parlamentares que compõem a maioria são favoráveis a essa possibilidade. “No momento em que vemos regressões, a História caminha por um mau sentido”, lamentou já a primeira-ministra francesa Elisabeth Borne aquando da visita ao departamento de Planeamento Familiar, em Paris, evocando a regressão notada nos EUA.
Nessa ocasião, a chefe de governo manifestou a intenção de inscrever esse mesmo direito na Constituição e vê agora a sua proposta largamente apoiada pelos cidadãos.
Para os investigadores, há um “consenso massivo desta necessidade e que se verifica em todos os estratos populacionais, alguns deles considerados mais conservadores”, notou o coordenador de política e atualidade da Ifop, François Kraus ao Ifop.