Os Incríveis 2: quando a animação se mostra feminista

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Fotografia: Divulgação

O filme de animação ‘Os Incríveis 2’, que estreia esta quinta-feira, 28 de junho, em Portugal, está a dar que falar pela mensagem feminista que apresenta. Desta vez é a Mulher Elástica que entra em ação para salvar o mundo, enquanto o Sr. Incrível fica em casa a cuidar dos seus três filhos. Mas a igualdade de género não se fica pela inversão de papéis.

Há também várias manifestações de reconhecimento da competência feminina. Desde logo, o facto de ser Evelyn Deavor, a irmã do benfeitor rico Winston Deavor, a escolher a Mulher Elástica (ou Sra. Incrível) como a mais indicada para a tarefa entre os super-heróis. Estatisticamente é menos propensa a causar o caos e melhor a conseguir bons resultados. Noutros momentos, as duas personagens femininas, Evelyn e a Mulher Elástica, surgem a tomar uma bebida enquanto discutem as dinâmicas de género do seu trabalho, num mundo masculino.

Liderança feminina no ecrã, escassas mulheres na produção

Mas o feminismo que se vê neste filme de animação não teve reflexos na sua produção, com o rácio de representação de mulheres na equipa a ficar longe da paridade desejada.

“’Os Incríveis 2′ tem mais de 10 homens a trabalhar no departamento de animação por cada mulher. Isso é um desequilíbrio enorme. O diretor é um homem e a maioria dos papéis chave é interpretada por homens”, refere Natalie Wreyford, da Universidade de Southampton ao jornal The Guardian.

A investigadora acrescenta que “a animação ainda é uma profissão dominada por homens, apesar de haver mais mulheres a estudá-la do que homens” e lembra que, mesmo no ecrã e em alguns filmes que têm personagens femininas nos papéis principais, como ‘Frozen’, as personagens masculinas têm mais deixas.