Os opostos atraem-se no amor? Esqueça isso! Ciência desmente senso comum

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[Fotografia: Pexels/Maksim Gonchare]

Opinião política, opinião religiosa, idade, dieta, número de parceiros sexuais, idade da primeira relação sexual e mais 120 características em casais heterossexuais foram passados em revista e conclui-se agora que, ao contrário do que se pensava, os opostos não se atraem no amor. Bem pelo contrário.

De acordo com uma análise levada a cabo por uma equipa da Universidade norte-americana do Colorado que juntou centenas de milhares de casais heterossexuais, os parceiros registaram 82 a 89% de características semelhantes. Características como atitudes políticas e religiosas, nível de educação e certas medidas de QI mostraram correlações particularmente elevadas. Segundo a análise, numa escala em que zero significa que não há correlação e 1 significa que os casais partilham sempre a característica, a correlação para valores políticos foi de 0,58.

Paralelamente, características como altura e peso, condições médicas e traços de personalidade mostraram correlações muito mais baixas, mas ainda assim positivas.

O estudo, publicado no fim do mês de agosto, na revista Nature Human Behaviour, vai ao detalhe de indicar fatores comuns entre os cônjuges heterossexuais que consomem tabaco ou álcool em grandes quantidades estabelecem altas correlações com um parceiro que partilha esse hábito de consumo. O mesmo sucede com os abstémios, que tendem a juntar-se.

“As nossas descobertas demonstram que pessoas semelhantes são mais propensas a ficarem juntas”, disse a primeira autora Tanya Horwitz do estudo, a doutoranda no Departamento de Psicologia e Neurociência e no Instituto de Genética Comportamental (IBG), da Universidade do Colorado.

Os casais do mesmo sexo não foram incluídos nesta pesquisa, mas estão a ser alvo de uma pesquisa paralela por se considerar que os padrões podem divergir significativamente dos predominantes nos casais heterossexuais.