Óscares pedem roupa emprestada ou feita pela própria celebridade na passadeira vermelha

OSCARS
[Fotografia: Arquivo Global Imagens/ AP Photo/Kevork Djansezian]

Não compre a roupa que usar. Alugue-a ou peça emprestada. Escolha tecidos de cânhamo, linho, lã, seda certificada ou ética e couro vintage ou usado. Recorra a marcas que paguem salários dignos e que sejam inclusivas.

Estas são algumas das recomendações deixadas pela Academia de Cinema e para uma das noites mais glamorosas do próximo ano – a entrega dos óscares, a 12 de março de 2023 – e desenhadas em parceria com a Red Carpet Green Dress Global, uma associação internacional liderada por mulheres e pela luta pelo ambiente e sustentabilidade. “A passadeira vermelha é uma plataforma poderosa para mostrar que criatividade, beleza e inovação podem complementar o cuidado. Existem muitas maneiras divertidas de explorar valores sustentáveis. Aqui estão apenas algumas”, lê-se no documento emitido pela academia.

Uma iniciativa que pretende deixar claro que “o design de moda pode causar impactos ambientais e sociais adversos, como desperdício, poluição, clima e injustiça” e que “o compromisso com o design sustentável ajudará a combater”.

A proposta para a 95ª cerimónia de entrega de prémios elenca nove sugestões, do vintage, aos direitos laborais, passando pelos têxteis e até pela cor do vestido a privilegiar. “Diminua o consumo e peça emprestado ou alugue em arquivos de estilistas. Use roupas e acessórios vintage ou de segunda mão para celebrar o design atemporal. Trabalhe com um designer ou costureira ou alfaiate local para reinventar ou personalizar roupas ou tecidos que você já aprecia. Desafie-se a ser criativa com o faça-você-mesmo”, recomenda.

Quando aos têxteis, a academia pede que se opte por “tecidos derivados de fontes naturais, como cânhamo, linho, lã, seda certificada ou ética e couro vintage ou usado”. Já sobre a cor, recomenda-se a escolha de tecidos tingidos com “métodos responsáveis, como corantes orgânicos ou certificados de baixo impacto ou até biossintéticos provenientes de materiais renováveis”

Salários justos e diversidade

Neste conjunto de recomendações a Academia clama ainda pela diversidade e pelo justo pagamento na indústria. Quanto à primeira, o documento recomenda que se “apoiem marcas e empresas pertencentes a AAPI, negros, hispânicos, latinos/e/o/x, indígenas”. Já no que diz respeito à segunda, pede que sejam escolhidas “marcas que dão prioridade à dignidade humana com o pagamento de salários dignos, emprego voluntário e condições de trabalho seguras”.

A herança cultural não está esquecida e a Academia sugere que se usem “acessórios, joias e adornos que já estão na posse dos próprios artistas” ou que apoiem “artesãos independentes”. As recomendações são também alargadas para quando o pano cair sobre a festa. Nesse sentido, e depois da red carpet, a Academia sugere no documento – que pode ser consultado no original aqui – que a roupa usada “tenha uma segunda vida”. “Pode reusá-la, transformá-la completamente com a ajuda de uma costureira ou com tingimento. Pode vendê-la, doá-la ao departamento de teatro local ou a uma organização sem fins lucrativos, ou até mesmo iniciar um armário de fantasias para a família”.