“Bem, Jesus foi um refugiado […] Sim, morou no Egito por três anos e meio. Mas não foi ilegal. Se Ele tivesse violado a lei, então Ele teria sido um pecador e não teria sido o nosso Messias”. Esta foi a frase dita por Paula White, na estação televisiva Christian Broadcasting Network, que a colocou nas manchetes da imprensa.
E porquê? Porque se trata de uma pastora televangelista, uma controversa corrente do Cristianismo, que é a conselheira espiritual e braço direito do presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e que falava daquela forma sobre a separação das famílias na linha de fronteira do México com os EUA.
Aos 52 anos, esta líder espiritual da Florida – que já disse na televisão que todos os que se opõem ao trabalho de Trump, estão a opor-se ao de Deus -, é apresentada como “a guia religiosa do país para os conservadores”. Segundo o Washington Post, o televangelismo defende um “evangelho da prosperidade”, alegando que os que forem mais ricos serão recompensados por Deus.
White é, desde 2012, a principal pastora na New Destiny Christian Center, perto de Orlado, uma das que congrega mais fiéis. Ela foi também, segundo o jornal The New York Times, a primeira mulher de um clero a fazer uma oração nos Estados Unidos da América.
Da infância turbulenta a uma das mais influentes dos EUA
Segundo o mesmo jornal, Trump contactou-a há cerca de 15 anos. Desde aí, ela tem sido presença assídua em momentos chave da vida e obra do multimilionário, tendo estado presente e orado em episódios da série de televisão que ele protagonizou, o reality show The Apprentice (O Aprendiz, formato que chegou a ser reservado por canais portugueses, mas nunca produzido).
White, de apelido completo White-Cain, é casada com o teclista da banda Journey, Jonathan Cain. O grupo que, recorde-se compôs a célebre música Don´t Stop Believin´. Antes, a pastora tinha subido ao altar e separado por duas vezes, segundo avança o site Vox.
E se hoje está no topo, a verdade é que nem sempre a vida da apresentadora do programa de televisão Paula White Today, na Trinity Broadcast Network, terá sido assim.
A Newsweek relatava, em 2017, que o pai de White tinha cometido suicídio e que Paula contava que tinha sido abusada física e sexualmente quando era adolescente. À margem desta realidade, a hoje líder espiritual, nascida em Tupelo, Mississippi, correu o país com a mãe e o padrasto, até que a família se instalou em Maryland.
A revelação e conversão ao Cristianismo chegou já no fim do seu percurso de liceu, aos 18 anos, ocasião em que ela relata ter tido um visão de Deus na qual ele lhe pediu que pregasse o Evangelho.
Imagem de destaque: Carlos Barria/Reuters
Kellyanne Conway: de um concurso de beleza a conselheira de Trump