Na noite em que a injustiça social e as decisões da administração Trump foram os alvos a abater, a cantora Pink fez um discurso a congratular e aceitar a diferença que comoveu o auditório. Na base do seu discurso – na sequência da entrega do prémio Vídeo de Vanguarda VMA, que decorreu a 27 de agosto – esteve a sua filha, Willow Sage Hart, de seis anos, e um episódio particular que deixou a mãe intrigada.
“Mãe, eu pareço um rapaz com cabelos compridos”, terá dito a primogénita. E foi essa frase que desencadeou todo o discurso pela aceitação, mas sobretudo pelo elogio, do que é diferente.
Para responder a esta consideração, Pink foi para casa a concebeu um documento em Power Point onde reunia todos os artistas que eram andróginos e diferentes, juntando, entre outros, David Bowie, Annie Lennox, Prince, Freddy Mercury e Janis Joplin. “Estrelas de rock – afirmou, então, Pink – que viveram a sua verdade, que foram provavelmente gozados todos os dias das suas vidas, e continuaram, exibiram as suas bandeiras e inspiraram o resto do mundo”.
Também a cantora, de 37 anos, usou o seu caso pessoal para ilustrar que a filha não se deveria sentir assim. “Também dizem, por vezes, que eu pareço um rapaz, que sou demsasiado masculina, demasiadas opiniões, que o meu corpo é demasiado forte”, contou Pink, vincando que não era por isso que mudava a sua imagem, a sua atitude ou a sua maneira de pensar e sublinhando que, apesar de tudo isso, “vendia salas de concertos inteiras por todo o mundo”.
Prémios sem género: uma nova atitude nos Video Music Awards (VMA)
Um discurso que não terminou sem elogiar todos os outras artistas “que inspiram” Pink e que vêm tornar clara a importância da música Pop e Rock como veículo de promoção e celebração do género e da androginia.
A gala VMA teve lugar na noite de domingo, 27 de agosto, em Inglewood, Califórnia.
Imagem de destaque: Danny Moloshok/Reuters