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Plebeias à nascença, atuais rainhas de poder e influência

Kate Middleton de Inglaterra, Charlene do Mónaco, Meghan Markle de Inglaterra e Letizia de Espanha [Fotografias: Montagem/Reuters]
Rainha Letizia de Espanha: Casada com Felipe VI de Espanha, a Rainha Letizia, 46 anos, era jornalista da estação pública espanhola TVE quando se enamorou do, então, príncipe. Anteriormente casada pelo civil, Letizia divorciou-se. Filha de pais republicanos, também eles divorciados [Fotografia: Philippe Wojazer/Pool/Reuters]
Rainha Máxima da Holanda: Nascida em Buenos Aires, Argentina, casou-se com o príncipe da Holanda, Guilherme, em fevereiro de 2002. Filha de um antigo político, Máxima – hoje com 47 anos – formou-se em Economia e trabalhou em várias empresas da alta finança nos Estados Unidos da América e Europa. É rainha consorte desde 2013 [Fotografia: Frank Augstein/Pool/Reuters]
Charlene, princesa do Mónaco: Casada em 2011 com o Alberto II, príncipe do Mónaco, o enlace foi recheado de polémica e de uma alegada tentativa de fuga. Charlene Wittstock, 40 anos, é natural de África do Sul e é uma ex-nadadora olímpica [Fotografia: Eric Gaillar/Reuters]
Kate Middleton, duquesa de Cambridge: O futuro repousa sobre ela e William, mas só depois de Carlos subir ao trono (a seguir a Isabel II). Filha de antigos funcionários da British Airways e depois empresários por conta própria (numa empresa de festas), Kate, hoje com 36 anos, trabalhou em lojas – na dos dos pais também – e estudou fotografia. Conheceu William na faculdade, onde se apaixonaram [Fotografia: Neil Hall/Reuters]
Meghan Markle, duquesa de Sussex: Mais presente na memória de todos, a história da mulher do príncipe Harry, com 37 anos, tem sido escrita e repetida no último ano. Ex-atriz norte-americana em, entre outros trabalhos, na série Suits, Meghan nasceu em 1981, filha de uma assistente social anglo-americana, Doria Ragland, e de um premiado diretor de fotografia, Thomas Markle. Desde cedo que se tem envolvido em campanhas pelos direitos das mulheres. [Fotografia: Hannah McKay/Reuters]
Rainha Sílvia da Suécia: Diz-se que a rainha da Suécia fala português, por via da sua ascendência porque a mãe era brasileira. Foi intérprete nos Jogos Olímpicos de Munique tendo, nessas funções, conhecido o príncipe sueco. Sílvia foi ainda comissária de bordo. Tem 75 anos e casou-se quando Carlos XVI Gustavo era já rei, a 19 de junho de 1976 [Fotografia: Reuters]
Daniel da Suécia: Será príncipe consorte assim que a mulher, a princesa Vitória assumir o trono. Tem 45 anos e, antes de ser aceite na corte sueca, era personal trainer, sendo sócio de um ginásio. O casal tem dois filhos: Estela e Óscar. Na história familiar, Daniel é filho de um funcionária dos correios e um empregado de uma instituição social [Fotografia: Regis Duvignau/Reuters]
Mary Donaldson, princesa herdeira da Dinamarca: Chegada literalmente dos antípodas da Europa: a Austrália. Licenciou-se em Direito, terá inclusivamente escrito sobre violência doméstica, mas acabaria por fazer carreira no Marketing. Conheceu o príncipe Frederico num bar em Sydney, numa saida de amigis em comum, durante os Jogos Olímpicos de 2000 [Fotografia: Reuters]
Rainha Sónia da Noruega: primeira rainha consorte do século XX na Europa, Sónia, era, antes de conquistar o coração de Harald, era uma das empregadas da loja de têxteis do pai. Estudou costura e alfaiataria a que juntou formação em Línguas e História de Arte. Tem 81 anos. [Fotografia: Reuters]
Mette-Marit, princesa herdeira da Noruega: Uma adolescência cheia de altos e baixos e um primeiro filho antes de casar com o príncipe herdeiro Haakon, em 2001. Tem 45 anos [Fotografia: Ints Kalnins/Reuters]

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Não tinham um pingo de sangue real, qualquer ligação à aristocracia – muito menos à realeza – e chegaram mesmo de países diferentes daqueles pelos quais hoje dão a cara. Falamos de plebeias e um plebeu que, por amor, chegaram ao coração de príncipes e princesa e têm hoje poder que, por ventura, nunca tinham imaginado atingir.

A realeza europeia rendeu-se ao amor burguês e, desde os anos 60 do século passado, que deu azo ao romantismo absoluto, escapando aos cânones do casamento entre iguais, da mesma classe social.

Atualmente, as cortes da velha Europa estão repletas de novas histórias: mulheres vindas de outros continentes – da América do Sul, a África e Oceania -, plebeias com histórias pouco monárquicas, com passados republicanos, divórcios civis, filhos antes do casamento real e excessos de adolescência. Reis e rainhas, princesas e príncipes consortes que são ex-advogados, ex-jornalistas, ex-empresários, ex-atletas e até personal trainers.

Na galeria acima veja quem são os plebeus que furaram, à boa maneira da Walt Disney – como conta o especialista em realeza europeia José Bouza Serrano – todas as regras e, quando não são já, serão um dia reis e rainhas do velho continente.

Muitos consortes, se bem que ‘morganáticos’ [casamentos entre desiguais] para os monárquicos ortodoxos, salvaram a monarquia de uma certa apatia e do declínio, pelo seu empenho e promoção dos valores das famílias em que se integraram e se reproduziram”, analisa Bouza Serrano, no seu recém-editado livro As Famílias Reais dos Nosso Dias, editado pela Esfera dos livros.

‘As Famílias Reais dos Nossos Dias’, livro da autoria de José Bouza Serrano [Fotografia: DR]
Mas há também outros aspetos a analisar. “Os ‘casamentos desiguais’ contribuíram para a implosão do restrito clã da realeza como o conhecíamos, apagaram traços de família e os sólidos parentescos, puseram em xeque a educação comum e uniforme das Pessoas Reais desde o seu nascimento”, conclui na obra.

“Desde que os ‘plebeus’ começaram a casar com membros das famílias reais, grande parte da tradição desapareceu e desfez-se o imbricado tecido do parentesco entre eles. Paralelamente, com todas as vantagens e inconvenientes, vai-se perdendo o património genético mais reduzido do mundo, que era o das famílias reais europeias. Hoje, estes casamentos são comuns em quase todas as dinastias reinantes e, como vimos, estão a funcionar bem, na maioria dos casos.

Contudo, Bouza Serrrano deixa bem claro: “Não se pode medir o êxito ou a continuidade de uma monarquia, senão pela utilidade da instituição e as qualidades dos seus protagonistas, que resultem uma referência sólida, um exemplo inspirador ou sejam úteis aos seus concidadãos”.

Imagem de destaque: Montagem/Reuters

“As plebeias foram as mães de aluguer, mas com tiaras e brilhantes”