O protesto deste sábado, 29 de setembro, contra o candidato à Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, sob o lema #EleNão, foi a maior manifestação de mulheres, na história do país. Os números são da BBC Brasil, que ouviu especialistas e fez as contas à participação nas ruas, com estimativas calculadas a partir de imagens aéreas e da área ocupada pelos manifestantes.
Sem números oficiais da Polícia Militar, aquele órgão de comunicação social contabilizou 100 mil pessoas no Largo da Batata, em São Paulo, e 25 mil na Cinelândia, no Rio de Janeiro, as cidades onde se registaram as maiores concentrações. A esses números somam-se os de outras cidades brasileiras, e não só, que aderiram aos protestos contra o candidato de extrema-direita.
Segundo o G1, só no Brasil houve 114 cidades, em 10 estados, a receberem manifestações contra a Bolsonaro. Fora do país, registaram-se concentrações em cidades como Lisboa, Paris, Nova Iorque e Londres. Veja algumas imagens na galeria, em cima.
O “#EleNão virou um significante cheio de significados. Isso é muito importante na luta política. Começou pelas mulheres, porque Bolsonaro disse frases de baixo nível em relação a mulher, e foi englobando muita coisa, como a defesa da democracia e dos direitos humanos”, explicou à BBC Brasil Céli Regina Jardim Pinto, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Su e investigadora dos movimentos feministas.
Além de considerada a maior manifestação de mulheres da história do país, foi também a maior contra um candidato político, numa altura em que a separação entre homens e mulheres que tencionam votar em Jair Bolsonaro é também ela inédita em eleições presidenciais do Brasil. Segundo a BBC Brasil, desde o fim da ditadura militar que nunca tinha havido uma diferença tão grande no sentido de voto dos dois géneros. Enquanto 37% do eleitorado masculino diz que votaria no ex-capitão do Exército, apenas 21% das mulheres afirma que votaria em Bolosonaro na primeira volta, revelam os dados da última sondagem Datafolha, divulgada na sexta-feira (28).
#EleNão: De Madonna a Anitta, mulheres dizem não a Bolsonaro
