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Quase 80% das vítimas infantis e juvenis de violência sexual são do sexo feminino

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Os números acabam por confirmar as ideias negras que já são evidentes. Mas não deixam de impressionar. Sempre! Segundo os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), 79,1% dos atos de violência sexual são exercidos sobre crianças e jovens raparigas. Ou seja, em 2016 e 2017, quase 4/5 dos casos reportados dizem respeito a vítimas do sexo feminino.

Estatísticas que indicam que, nos últimos dois anos de atividade, a instituição recebeu, apoiou e acompanhou, em média, 19 processos por mês de violência sexual exercida sobre crianças e jovens.

Contas globais, houve mais de 6100 atendimentos nos dois anos em análise e 446 vítimas eram crianças e jovens. O maior número de agredidos surge na faixa etária dos 14 aos 17 anos, com 160 denúncias feitas, seguida do intervalo entre os 8 e os 13 anos, com 134 processos reportados.

Sobre o agressor, 92,5% são do sexo masculino, mais de 20% dos casos é perpetrado por quem tem 25 anos ou menos e os atos de violência sexual decorrem, na sua maioria, em contexto intrafamiliar (53,1%). Lisboa é o distrito com maior número de denúncias feitas.

A análise foi divulgada em comunicado pela aquela entidade, assinalando o Dia Europeu da Vítima de Crime, que tem lugar esta quinta-feira, 22 de fevereiro. Para lá destes dados respeitantes à rede CARE (e que podem ser consultados aqui), a APAV promove hoje um debate Apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual que, diz em comunicado, pretende “ser uma reflexão sobre o apoio que se presta a crianças e jovens vítimas de violência sexual, nas diferentes áreas: direito, psicologia e apoio social“.

Ao mesmo tempo, a entidade anuncia uma nova campanha de sensibilização, sob o tema Pode servir a qualquer pessoa. É desta forma que a instituição pretende “alertar para o facto de todas as pessoas poderem ser, em algum momento das suas vidas, vítimas de crime“, lê-se no mesmo documento enviado às redações.

Imagem de destaque: Shutterstock