Quase sete em cada dez mulheres assediadas enquanto correm

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[Fotografia: Pexels/Ketut Subiyanto]

Para quem pratica desportos ao ar livre, sobretudo corrida, o olhar e os comentários alheios são componentes que, infelizmente, também ainda fazem parte deste desporto, sobretudo para atletas femininas.

Um estudo da Universidade de Manchester, no Reino Unido, veio agora indicar que 68% (quase sete em cada dez) das 498 mulheres inquiridas e que fazem running com regularidade já tinham sido confrontadas com comportamentos de assédio como assobios e até mesmo, em casos mas dramáticos, perseguições.

Das participantes no estudo, apenas 5% diz ter avançado para uma queixa formal à polícia. “Nos poucos casos em que as mulheres denunciam a polícia é porque se passaram muito mais graves”, afirmou uma das criminologistas por trás do estudo, Rose Broad, ao site da estação pública britânica BBC. Aliás, Broad é uma das mulheres da plataforma Run the World, com sede em Monton, em Manchester, e que pretende ajudar outras atletas a sentirem-se mais seguras enquanto correm, motivo, aliás, pelo qual grande parte delas se alista.

A investigação – que pretende criar novas estratégias para proteger as mulheres do abuso e partilhá-las com as autoridades policiais – descobriu ainda que a questão da segurança é uma preocupação dominante na vida das mulheres que praticam este desporto, mesmo nunca tendo vivido qualquer incidente.

“Muitas mulheres entrevistadas disseram-nos que carregavam objetos como chaves, alarmes de violação e eram ‘rastreadas’ por familiares”, detalhou a segunda criminologista do estudo Caroline Miles ao mesmo órgão de comunicação social, vincando que para lá da insegurança efetivamente sentida há a percepção e o medo que condicionam à partida.