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Quatro cartas de agradecimento a Michelle Obama

Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana e uma das mais importantes jovens autoras com três romances publicados até à data, recorda na sua carta de agradecimento a Michelle Obama a postura reticente na primeira vez que esta discursou na Convenção Democrática de 2008. Destaca, também, muitas das críticas a que foi alvo na altura: "Porque dizia o que pensava ou porque sorria apenas quando tinha vontade de sorrir, foi-lhe atribuída a caricatura de uma mulher negra sempre irritada." Agora, Chimamanda relembra o discurso da primeira dama na Convenção Democrática de 2016 em que esta disse expressões como "menino preto" e "escravos": "Michelle Obama estava a discursar. Percebi então que ela não estava à espera de expirar estes últimos oito anos. Ela tem deixado isso sair para fora, em pequenos movimentos necessariamente cuidadosos, mas ainda a expirar." Aqui, a autora Chimamanda Ngozi Adichie posa com a sua obra "Americanah" nos prémios Bailey's Women's Prize de 2014 em Londres. Fotografia: REUTERS/Neil Hall ;
Gloria Steinem, jornalista americana, feminista e célebre pelo seu ativismo social e político, confessa que Michelle Obama entrou na sua vida como uma mulher alta, forte, elegante e seriamente inteligente que passou a viver na Casa Branca. Para Gloria, a primeira dama conseguiu aquilo que nenhuma antecessora - e poucas pessoas numa posição pública - teriam conseguido até agora: Viver a sua vida pública sem sacrificar a sua vida privacidade e autenticidade. Steinem acrescenta que, para além de Michelle ser uma mulher que sabe a diferença entre estilo e moda, tem sido também, ao longo da campanha presidencial Trump-Clinton, um dos oradores mais eficazes do nosso tempo. "Michelle Obama pode ter mudado a História da maneira mais poderosa - pelo exemplo." Na fotografia Gloria Steinem comparece ao evento Make Equality Reality (Tornar a igualidade uma realidade) em Beverly Hills, Califórnia, a novembro de 2014. Fotografia: REUTERS/Phil McCarten
Rashida Jones, escritora, atriz e produtora de cinema, lembra a primeira vez que conheceu Michelle Obama e que imediatamente considerou que esta, como primeira dama, preenche todos os requisitos: esposa amorosa, mãe protetora, defensora da saúde e do fitness, entusiasta de jardinagem e, claro, ícone de estilo. Rashida reconhece que muitos a tentam mandar abaixo, mas não conseguem e que, por vezes é difícil para uma mulher conciliar cada faceta sua para cada momento, por exemplo uma faceta de chefe com a de uma pessoa vulnerável. Na sua opinião, a primeira-dama consegue fazê-lo independentemente do escrutínio e, para Rashida, isso é a melhor coisa para o feminismo. "Michelle Obama terá o seu próprio legado, separado do marido. E será aquele que ela foi a primeira-dama a mostrar às mulheres que elas não têm que escolher. Que não há problema em ser tudo" Na fotografia, a atriz sobe ao palco da Universidade de Cambridge para discursar em maio de 2016. Fotografia: REUTERS/Brian Snyder
Jon Meachen, biógrafo vencedor do prémio Pulitzer, relembra o dia em que Michelle Obama discursou emocionalmente e pela última vez, no seu jardim de alimentos orgânicos, onde esta recorda onde tudo começou. Para Jon, o presidente Barack Obama recebe a maior parte do crédito público por ter lidado estes últimos oito anos com tranquilidade mas a verdade é que a primeira-dama tem sido um elemento fundamental do seu sucesso. "Ela escolheu as suas causas com muito cuidado e deixa agora o país com uma impressão carinhosa de uma excelente mãe, uma esposa estável e sensata, e uma americana devota." O escritor reforça que Michelle não só suportou o escrutínio dos holofotes como prevaleceu sobre os mesmos através do equilíbrio e, citando Voltaire, esta cultivou o seu próprio jardim sem não ameaçar nem intimidar os seus vizinhos. Jon Meacham participa com Michelle Obama numa discussão sobre obesidade infantil em Washington, março de 2010. Fotografia: REUTERS/Larry Downing

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Michelle Obama – a atual primeira-dama dos Estados Unidos da América (de quem vamos ter tantas saudades!) – foi homenageada por quatro escritores.

Esta homenagem foi prestada por Chimamanda Ngozi Adichie, Gloria Steinem, Jon Meacham e Rashida Jones e publicada no New York Times Style Magazine esta segunda-feira.

Através de quatro cartas de agradecimento dirigidas à mulher de Barack Obama, estas personalidades da escrita distinguem a forma serena e confiante com que esta mudou o curso da história americana nos últimos oito anos.

Cada escritor fez uma retrospetiva do momento e da maneira como Michelle Obama conquistou a sua admiração, enaltecendo o seu caráter único que prevaleceu ao longo do mandato do seu marido.