Trabalhar ‘fora de horas’ ou em horários que estão sempre a mudar colocam ao corpo e a mente em verdadeiros desafios de sobrevivência, arriscando induzir perturbações do sono crónicas e outros efeitos sobre o metabolismo e funções vitais que podem acarretar riscos.
Não podendo, infelizmente, alterar essa realidade, resta procurar reduzir os efeitos nefastos para quem trabalha por turnos e que, por isso, pode chegar a dormir menos uma a duas horas em média do que os outros trabalhadores com horário fixo diurno, vivendo em permanente déficit de sono.
A neurocientista Marie Lacroix e cofundadora da agência e consultora de neurociências para as condições de trabalho, em França, deixa três recomendações essenciais a quem trabalha por turnos.
Power nap: Poder-se-á traduzir livremente por sesta energizante e pode durar cerca de 20 minutos ou menos, cumprindo a função de revitalizar rapidamente o corpo e a mente, sem que se mergulhe num ciclo de sono profundo. Apesar de o ideal ser cumprir os sonos com duração de uma hora a hora e meia, e antes das 16 horas, a especialista crê, em conversa com o jornal francês Le Parisien, que as power naps podem ser uma ferramenta útil.
Óculos de sol: Saindo já durante o dia, Lacroix recomenda o uso de óculos de sol no regresso a casa. Tal vai diminuir a estimulação que a luz solar provoca no cérebro e que ativa o “mecanismo de vigília”.
Temperatura e luz: Nem frio, nem calor. Ter um quarto a uma temperatura média de 19 graus, fresco e arejado, mas escuro vai fomentar o conforto e levar a uma mais rápida entrada no período de descanso.
Refeições: Comer tarde, muito e for a de horas é fazer com que o seu corpo continue a estar ativo e não processe que é hora de descansar. Por isso, para lá das refeições pesadas que devem ser evitadas a todo o custo, deve-se comer duas a três horas antes para se conseguir um sono mais descansado. O mesmo se aplica às bebidas alcoólicas e com cafeína, que devem ser evitadas a todo o custo.