O secretário-geral do PS propôs este domingo, 7 de janeiro, aumentar o salário mínimo para pelo menos 1.000 euros até ao final da próxima legislatura, em 2028, e rever o acordo de rendimentos negociado em concertação social.
Em agosto do ano passado, foram identificados 838 mil e 111 trabalhadores a receberem o salário mínimo nacional. Destes, pouco mais de metade, 421 mil 723, eram mulheres.
“O governo atual havia definido como meta o aumento do salário mínimo nacional dos atuais 820, em 2015 eram 505, para 900 euros até 2026. Nós propomos que, no final da próxima legislatura, em 2028, o salário mínimo atinja, pelo menos, os 1.000 euros”, anunciou Pedro Nuno Santos no discurso de encerramento do 24.º Congresso Nacional do PS, em Lisboa.
O secretário-geral socialista destacou que “uma das preocupações dos portugueses está no baixo nível dos seus salários”, salientando que “o país avançou muito nos últimos oito anos, mas temos consciência de que há muito para fazer”.
“Também deveremos rever o acordo de rendimentos recentemente negociado em concertação social, de modo a que ao aumento do salário mínimo possa estar associado o aumento dos salários médios“, disse.
Sobre as pensões, Pedro Nuno Santos assegurou que o PS vai “cumprir a lei que regula a sua atualização, garantindo uma subida mínima para as pensões mais baixas”, e considerou que, “ao contrário do PSD”, o PS confia no sistema público de pensões.
Já no setor da habitação, o líder do PS salientou que está em curso “a maior reforma” do setor, com a construção e reabilitação de 32 mil fogos até 2026, mas defendeu que, no curto prazo, “é também preciso regular melhor o mercado”, salientando que nos últimos as “rendas tiveram grandes aumentos, insustentáveis para muitas famílias”.
“Para fazer face a esta situação, é nosso objetivo definir, com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), um novo indexante de atualização das rendas que tenha em consideração a evolução dos salários”, anunciou.
Pedro Nuno Santos indicou que, quando a inflação for “igual ou inferior” a 2%, a atualização das rendas se vai manter igual à de hoje, mas, se for superior a esse valor, “terá de ter em linha de conta a capacidade de as pessoas as pagarem, capacidade essa que é medida pela evolução dos salários”.
“Ou seja, em anos de inflação elevada, em anos de inflação elevada, a evolução das rendas não pode estar desligada da evolução dos salários”, sintetizou.\
LUSA