Foi um ano agitado para a a tenista Serena Williams, cujo nome volta a ser motivo de conversa ao cair de 2018. Tudo porque a revista masculina GQ decidiu elegê-la como mulher do ano. Ou melhor, como “mulher” do ano. Isso mesmo, entre aspas, um título que surge na capa do mais recente número daquela publicação de lifestyle e que está a indignar os fãs da campeã dos courts.
Se, por um lado, a GQ terá tentado reservar um destaque especial para uma figura feminina de peso, capaz de ombrear com as restantes três capas disponíveis (Serena divide as honras de primeira página com os atores Michael B Jordan, Jonah Hill e Henry Golding), a verdade é que a opção estilística rapidamente acendeu a chama da controvérsia nas redes sociais, já que os seguidores da atleta não terão percebido à primeira a intenção. Pelo menos no Twitter, ferramenta utilizada pela revista para divulgar as novidades, onde se abordou a questão da misoginia e a eventual alusão a um estilo menos feminino de Serena, crítica que está longe de ser uma novidade.
E ainda que a publicação não tenha respondido prontamente a um email sobre o assunto, enviado pelo jornal The New York Times, que tentou esclarecer o tópico, o feedback acabou por chegar através de Mick Rouse, da equipa de produção da GQ, que comentou na mesma rede social haver uma razão perfeitamente válida para o uso das aspas.
Tudo não terá passado afinal de uma ação deliberada com cunho de Virgil Abloh, o nome fundador da marca Off White, que não fez mais que importar as aspas que Serena desfilou durante as suas partidas para as páginas de uma revista, tendo o próprio usado a sua caligrafia para escrever a palavra “Woman”. Recorde-se que o atual diretor artístico da prestigiada Louis Vuitton foi o responsável pelos irreverentes visuais de Williams nas mais recentes edições do torneio de Roland Garros, em França, e mais tarde no US Open, nos EUA, nos quais a tenista envergou o badalado e polémico “catsuit” preto, e ainda os não menos comentados “tutus” preto e lilás. Todos eles incluíam palavras como “LOGO” ou “SERENA”, legíveis sempre com aspas.
A verdade é que a provocação deu que falar e esta tem tudo para ser uma belíssima ação de marketing. Sem aspas.