Férias são sinal de vida em comum durante 24 horas non stop. E embora se diga que as crianças são a melhor coisa do mundo, há momentos em que duvidamos seriamente da sabedoria popular e dos níveis de resistência.
As birras, a ‘choraminguice’, o ‘beicinho’ e o amuo, os embates frontais nas decisões do dia-a-dia e as repreensões podem arrasar com a paciência e com as férias em família. Aliás, é preciso quebrar esta ideia de duo dinâmico uma vez que estes períodos de descanso “podem ser, por excelência, um momento para criar laços afetivos fortes e estruturantes entre pais e filhos e para as crianças viverem novas experiências”.
Para que o amuo não adie a sesta, a birra não comprometa o bronze, nem o beicinho à mesa estrague o peixe grelhado, a psicóloga clínica e coordenadora da equipa infanto-juvenil da Oficina da Psicologia, Inês Afonso Marques, deixa recomendações que prometem ajudar a evitar e a resolver as explosões de mau-feitio dos mais pequenos.
Truques que podem revelar-se úteis numa altura do ano em que a superfície de atrito aumenta exponencialmente: não só em número de horas como em situações pouco usuais no dia-a-dia. Percorra a galeria acima e fique a conhecer algumas sugestões que podem fazer a diferença e ajudar a instalar a paz e harmonia em tempo de lazer.
“Claro que mais tempo vivido em conjunto, e tantas vezes em contextos diferentes dos habituais, com regras diferentes do quotidiano, podem abrir caminho para algumas birras”, constata a psicóloga clínica. No entanto, o (pouco) tempo em convívio não tem de ser, refere Inês Afonso Marques, “sinónimo de mais birras”.
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Para a especialista, “os dois bons aliados são a flexibilidade no decorrer dos dias e a atitude de olhar para o período de férias como oportunidades de novas experiências, de tempo de qualidade e de fortalecimento de laços emocionais”.
Inês Afonso Marques lembra que “desligar o piloto automático das rotinas semanais, entre escola, atividades extracurriculares,”, sobretudo porque “as crianças vivem a uma velocidade enorme, restando-lhes pouco tempo para sonharem, para serem crianças e para se sintonizarem emocionalmente com os seus cuidadores”.
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Crianças birrentas ou “prodígio”, quem sofre mais com a exposição?