Do caso Watergate à Guerra do Golfo, a nova presidente da estação noticiosa de televisão norte-americana CBS News já passou pelas mais importantes polémicas internas e externas dos Estados Unidos da América. Susan Zirinsky, com 66 anos, é uma reconhecida jornalista e produtora do pequeno ecrã e é a primeira mulher a assumir o mais alto cargo numa estrutura que conhece bem.
Afinal, segundo o site The Cut, Zirinsky trabalha no canal desde os 20 anos. Segundo o jornal los Angeles Times, a responsável era, há duas décadas, produtora executiva do programa 48 horas.
Pela frente, a nova presidente – que nos anos 80 foi referência para a personagem de Holy Hunter em Broadcast News – tem desafios de peso e que passam, nomeadamente, pela resolução dos cargos de assédio e agressão sexual denunciados na estação.
Entre os nomes de peso acusados estavam Leslie Moonves, o antecessor de Zirinsky na presidência da CBS, e que foi denunciado por várias mulheres. Também Charlie Rose, pivô do programa das manhãs, e Jeff Fager, produtor executivo do 60 Minutes (exibido na SIC Notícias, em Portugal), têm sido referenciados em escândalos da mesma natureza.
Sem esconder o que tem pela frente, Susan Zirinsky, cuja nomeação foi já celebrada por muitos colegas, sabe bem o que vai ter de gerir. E assume isso mesmo à imprensa: “O movimento #MeToo não está atrás de nós, acompanha-nos no nosso pensamento. Irá haver um novo e mais poderoso responsável de Recursos Humanos no departamento de informação e que está a trabalhar numa cultura de mudança”, disse ao Los Angeles Times.
“É muito importante ter um ambiente em que existe transparência, onde se pode falar, onde há reações baseadas em ações”, prometeu a nova responsável.
Imagem de destaque: Facebook
Estudo mostra como #MeToo está a mudar os rapazes americanos
