Teatro quer ajudar a ensinar matemática, na Covilhã

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[Fotografia: Pexels/Karolina Gabrowska]

A companhia covilhanense ASTA – Teatro e Outras Artes está integrada num projeto europeu que pretende implementar uma metodologia que utiliza o teatro para melhorar o ensino da matemática e que vai formar 150 professores em Portugal.

O Theatre in Mathematics (TIM) visa ajudar os professores de quatro países a ensinar matemática, recorrendo a ferramentas teatrais, num projeto que envolve 600 professores de Portugal, Grécia, Itália e Noruega, e várias instituições e entidades.

O processo baseia-se numa metodologia que alia o teatro à matemática, quer através de jogos teatrais, quer através da construção de um processo dramático, que utiliza o ‘storytelling’ para envolver os alunos, explicou o presidente daquela companhia com sede na Covilhã, Sérgio Novo.

Além da formação direta a professores, está prevista a criação de uma plataforma de partilha da metodologia, com vários exercícios adequados a alunos entre os nove e os 14 anos, e que pode ser consultada pelos professores.

A ASTA, que representa Portugal no TIM, vai testar a metodologia, no primeiro semestre de 2024, com duas turmas, uma do quarto e outra do oitavo ano, e o objetivo é chegar a nove mil alunos nos quatro países envolvidos.

Numa primeira fase, o projeto, que decorreu entre 2019 e 2021, tinha o objetivo de enfrentar os principais obstáculos no ensino e aprendizagem da matemática na União Europeia e resultou na criação de uma peça da ASTA para escolas, “Os Medos da matemática”, ainda em cena.

A segunda parte do TIM decorre até 2026 e visa professores e alunos.

Segundo Sérgio Novo, “entre março e maio de 2024, cada um dos parceiros fará dois workshops-piloto, um com uma turma do quarto ano, outro com uma turma do oitavo, que permitirá testar a metodologia e perceber o que poderá ser mais desafiante”, a que se segue a formação de professores de matemática.

Ao Mathemart, alia-se o processo dramático, que pretende mudar o padrão de comunicação dominado pelo professor, introduzindo e explorando papéis e aspetos de personagens, como o cético, o curioso, a autoridade ou o mediador, pormenorizou a companhia, numa nota de imprensa.

O intuito é criar mais processos de aprendizagem ativa no aluno, enfatizando a capacidade de mudar de perspetivas e personagens, num processo de aprendizagem através de argumentos, mais do que por respostas, acrescentou a ASTA, que sublinhou existir flexibilidade na adaptação da metodologia ao contexto.

LUSA