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Theresa May: 10 detalhes sobre a mulher que sobreviveu a duas moções

Percorra a galeria e fiquei a conhecer uma dezena de detalhes da vida e do percurso da primeira-ministra britânica Theresa May [Fotografias: DR e Reuters]
Tem 62 anos. Nasceu a 1 de outubro de 1956, na cidade britânica de Eastbourne. É casada com Philil May desde 1980
Oriunda de uma família de classe média-baixa, as duas avós de Theresa May trabalharam como empregadas domésticas
Antes de ingressar na carreira política, May trabalhou na área financeira, tendo passado pelo Banco da Inglaterra e tendo sido consultora financeira
Tomou posse como primeira-ministra em julho de 2016, na sequência da saída de David Cameron após convocação de referendo para a Brexit e ter vencido a posição dos que defendiam que o Reino Unido deveria sair da União Europeia
Theresa foi eleita para o parlamento pela primeira vez em 1997, mas o percurso no Partido Conservador começou pela base. Entre 1986 a 1994, foi vereadora no distrito londrino de Merton, tendo liderado diferentes pelouros
Em 2002, foi eleita a primeira mulher a assumir o cargo de chairman do partido, protagonizando um momento de viragem na história dos conservadores
Protestante praticante, a primeira-ministra britânica que defende o casamento entre pessoas do mesmo sexo
Não tem filhos e, numa rara revelação sobre a sua vida privada, falou sobre o sofrimento que teve por não ter conseguido engravidar e de nunca ter pedido ajuda médica para o efeito. “Acredito que devemos simplesmente seguir em frente”, afirmou numa entrevista em 2016
Foi a executiva que esteve mais tempo à frente do Ministério do Interior, cargo que passou a ocupar em 2010. Mas não sem críticas, sobre ela pende o facto de não ter conseguido limitar a entrada de imigrantes no país até um máximo de 100 mil por ano
May tanto faz as suas compras em boutiques de alta costura como em lojas de comércio tradicional. Os colares grandes e junto ao pescoço, bem como os coordenados de azul forte, são uma das suas imagens de marca

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A primeira-ministra britânica volta a sobreviver a nova moção. O parlamento britânico rejeitou a censura interposta pelos trabalhista, liderados por Jeremy Corbyn, com 325 votos contra e 306 a favor.

A moção de não confiança tinha sido submetida após o chumbo do acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit‘) negociado durante 17 meses pelo executivo de May com a Bruxelas e que recebeu 432 votos contra e 202 a favor. Uma longa negociação que foi finalizada a menos de três meses para a saída do Reino Unido da UE, marcada para 29 de março.

Esta é já a segunda moção a que May sobrevive, depois de ter sido alvo de censura interna por parte do partido que lidera, os conservadores, em dezembro de 2018.

Mas afinal, quem é a mulher que está a conseguir resistir a todos estes ataques num dos processos mais complexos e difíceis a que a Europa tem assistido em décadas. Na galeria acima, fique a conhecer dez detalhes da vida e do percurso da primeira-ministra britânica.

“É chegado o momento de pôr os interesses individuais de lado”

“Esta noite, o Governo ganhou a confiança do Parlamento [ao vencer a moção de censura apresentada pelo Partido Trabalhista] (…). É agora chegado o momento de pôr os interesses individuais de lado”, disse a chefe do executivo britânico, numa declaração proferida em frente à sua residência oficial, o n.º 10 de Downing Street.

Theresa May lamentou, contudo, que Jeremy Corbyn, o dirigente do maior partido da oposição, o Partido Trabalhista, tenha decidido não se reunir com ela. “Estou desiludida por o líder trabalhista ter escolhido não se juntar a nós por agora”, disse a governante, acrescentando, contudo, que “a porta continua aberta”.

Um porta-voz trabalhista informara pouco antes que Corbyn rejeita “um diálogo significativo” com May enquanto persistir – por ela não a ter descartado – a ameaça de um ‘Brexit’ sem acordo, ou seja, uma saída não-negociada da UE.

A chefe do executivo britânico indicou que tenciona continuar nesta quinta-feira, 17 de janeiro, os contactos com outros partidos para tentar avançar na direção de um acordo sobre o ‘Brexit’ que possa obter o apoio maioritário da Câmara dos Comuns quando submetido a votação. “Devemos trabalhar todos juntos, de forma construtiva, para determinar o que quer o Parlamento. Por isso, convido todos os membros do Parlamento para que procuremos uma forma de avançar”, disse a primeira-ministra hoje à noite.

May tem até segunda-feira para regressar à câmara baixa do Parlamento com um “plano B”, uma proposta de ‘Brexit’ alternativa.

Reino Unido sob fogo cruzado e Cameron surfa na Costa Rica

Enquanto Theresa May e o Reino Unido vivem um longo e complexo compasso de espera, o ex-primeiro ministro, David Cameron, começou 2019 a surfar nas ondas da Costa Rica, segundo informações veiculadas pelos tablóides britânicos e citadas pelo jornal norte-americano The Washington Post. Recorde-se que foi ele quem, em 2016, convocou o referendo que acabaria por ditar a saída do Reino Unido da União Europeia. O mesmo resultado levaria Cameron a demitir-se das suas funções, levando à subida de May. Um ano depois, a primeira-ministra convocava eleições antecipadas e ganhava-as.

Uma sondagem recente da estrutura britânica YouGov indica que Cameron – que tem tentado manter um low profile nestes tempos conturbados – não deixou boas lembranças aos britânicos. Afinal, 58% dos inquiridos declarou ter uma imagem negativa do anterior chefe de Governo e é, conta o mesmo periódico norte-americano, frequentemente acusado de ter abandonado o país numa circunstância política complexa, deixando de herança à sua sucessora um problema de difícil resolução.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Henry Nicholls/Reuters

O inferno de Theresa May: eleições antecipadas ou 72 horas para um plano B?