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10 culpas que pode atirar para cima da tiróide

Ah, e tal. Não dá para ir ao ginásio. A culpa pode ser da tiróide, mas não pode ignorar a falta de energia, sobretudo se for recorrente.[Fotografia: Shutterstock]
Tem cabelo e unhas fracos e quebradiços e pele seca, escamosa e pálida? Sim, pode usar o argumento da falta de tempo para se cuidar. Mas também pode ser da tiróide. Por isso, basta ir ao médico de família e conversa com ele. Já agora, se se confirmar não se esqueça de avisar a cabeleira e a manicure, elas poderão ajudar a encaminhar outras mulheres a procurarem respostas médicas. [Fotografia: Shutterstock]
Esqueceu-se daquele favor que lhe tinham pedido.... porque não lhe apeteceu deslocar-se? Essa ainda é a melhor desculpa porque se for devido a memória enfraquecida, então é altura para cuidados redobrados [Fotografia: Shutterstock]
Não ouviu bem o que determinada pessoa – que lhe suscitava pouco interesse - lhe disse? Uma coisa é brincar, outra bem distinta é ter falta de concentração. E aqui deve prestar bem atenção! [Fotografia: Shutterstock]
O encontro com aquela pessoa que há muito esperava está a correr mal? E precisa de uma boa razão para abandonar o local sem dizer a verdade? Pode sempre alegar que está com muito frio ou que se está a sentir mal do calor, afinal os distúrbios da tiróide também provocam destas coisas. [Fotografia: Shutterstock]
Sem paciência para o chefe ou para brincadeiras de mau gosto? A irritabilidade e a ansiedade integram o cardápio de sintomas de distúrbios tiroideios e pode usar isso como desculpa. Mas, não se pode viver assim muito tempo. Ou melhor, tempo nenhum! [Fotografia: Shutterstock]
Começou a perder peso e emagrecer subitamente sem ter feito esforço para isso. Então, aqui sim, pode culpar a tiróide. Mas se está doente e com hipertiroidismo, não é boa ideia festejar sem ir ao médico. Os quilinhos a mais que ganhou subitamente não foram das guloseimas. Não, não se devem à boa tábua de enchidos que a seduz semanalmente, nem ao facto de ser um bom garfo. Certo é que pode ter sido disso tudo, mas pode também estar perante um cenário de hipotiroidismo.[Fotografia: Shutterstock]
Agora é mesmo a sério. A depressão pode ser um sintoma que denuncie complicações da tiróide, sobretudo ao nível do hipotiroidismo. Neste campo, não há desculpas de natureza nenhuma. Fale com o médico de família e mesmo com o seu psicólogo ou psiquiatra. [Fotografia: Shutterstock]
Sim, se quer acabar com aquela conversa chata, e quer ir embora sem ser desagradável? Pois, pode usar o argumento da doença, mas o melhor é verificar o cansaço excessivo, que pode ser indicativo de que pode estar a desenvolver um distúrbio da tiróide. [Fotografia: Shutterstock]
Quem não gosta de dormir a manhã na cama? Tenha a certeza que só usa este argumento para quem não a conhece. Porque quem cuida de si deve saber e ajudar a lidar com as perturbações do sono, de resto um dos sinais de algo pode não estar bem com a sua tiróide. [Fotografia: Shutterstock]

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A tiróide parece que tem as costas largas. Afinal, os sintomas da existência de distúrbios são facilmente confundíveis com um ritmo de vida acelerado, cansativo, um quotidiano exigente e com uma qualidade de vida que nem sempre prima pela alegria. Portanto, não faltam ocasiões em que poderia alegar estar doente para se livrar de tarefas e obrigações a que tem de responder.

Porém, existem os perigos de serem as próprias mulheres a não identificarem eventuais complicações sérias da tiróide e arranjarem desculpas para adiarem a ida ao médico de família para verificar o seu estado de saúde.

E a solução é tão simples: fazer análises comuns ao sangue que – conta o médico endocrinologista Davide Carvalho – passa por “um doseamento do TSH no sangue relativamente frequente e que, hoje em dia, não é assim tão dispendioso”.

Este especialista diz mesmo que “não há razão nenhuma para num país civilizado como o nosso haver hipotiroidismo (em que todo o sistema é mais lento, promovendo uma tendência para ganho de peso) e não ser diagnosticado ou rastreado”.

Quando os especialistas apontam para a existência de possíveis problemas com nódulos neste órgão em 50% das mulheres portuguesas e quando o Instituto Nacional de Estatística revelou, no relatório das Causas de Morte 2015, que as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas mataram 3312 mulheres (2454 homens), então é tempo de estar atenta – sobretudo se se caminha para a menopausa – para evitar complicações de maior.

A semana de alerta para as doenças da tiróide está em curso

Nesta quinta-feira, 25 de maio, assinala-se o Dia Mundial da Tiróide e, em Portugal, para lá das iniciativas de rastreio, toda a semana (até 28 de maio) será dedicada a distúrbios que, estima-se, atinjam um milhão de portugueses, sendo que “70 a 80% sejam mulheres”, explica Celeste Campinho. Ao Delas.pt, a presidente da Associação das Doenças da Tiróide quer alertar para “a sintomatologia que decorre destes distúrbios”, pretende “colocar o tema na ordem do dia”, quer vincar “o sub-diagnóstico existente nesta doença” e “apoiar associados” na busca de soluções médicas, seja por “parcerias com hospitais privados”, seja “através da linha de apoio”.

Por isso, aquela entidade – em parceria com a Fundação Internacional da Tiróide – importou para Portugal a campanha Não é você: é a sua tiroide, pretendendo, assim, alertar para o facto de os “sintomas que decorrem destes distúrbios serem facilmente confundíveis com outras situações do dia-a-dia e que decorrem do estilo de vida”, vinca Celeste Campinho, também uma das milhares de portuguesas que se debate todos os dias com as alterações provocadas pelos distúrbios daquela glândula endócrina.

Percorra a galeria acima para ficar a conhecer todos os sintomas que se manifestam na sequência destes distúrbios, aperceba-se do quão semelhantes são a sequelas geradas por um quotidiano muito exigente e veja se está a justificar-se indevidamente quando, afinal, pode haver doença.

Saiba tudo sobre hipo e hipertiroidismo

O hipotiroidismo ocorre quando os níveis hormonais produzidos pela tiroide são insuficientes, levando a uma diminuição do metabolismo, e que se pode manifestar nos diversos órgãos do corpo. Por contraposição, o hipertiroidismo promove uma aceleração de todo o metabolismo. Alterações glandulares que suscitam, por si, outras alterações.

Davide Carvalho, endocrinologista, professor e especialista no Hospital de S. João, no Porto, vinca ao Delas.pt que “todas as mulheres portuguesas, após a menopausa, devem, mediante historial familiar de distúrbios da tiróide ou de doenças autoimunes, fazer um doseamento da TSH no sangue, que logo revelam se tem hipertiroidismo (tem que ser tratado e pode levar a operação) e hipotiroidismo (se for estabelecido, deverá permanecer para toda a vida, obrigando a terapêutica de substituição)”.

“O hipotiroidismo pode ter origem em diversas causas, sendo as mais frequentes a doença autoimune, lesão da tiroide, falta ou excesso de iodo, e tratamentos de radioterapia. Sem tratamento, os sintomas vão progredir, podendo causar complicações mais graves e até mesmo causar a morte”, alerta o comunicado enviado pela equipa que promove a campanha de sensibilização em curso. O mesmo documento vinca ainda que se trata de uma patologia que atinge sobretudo as mulheres mais velhas.

No que diz respeito à hiperatividade da tiróide, “tal ocorre quando as hormonas produzidas estão em excesso na circulação sanguínea, o que vai provocar um metabolismo acelerado”, podendo ser tendencialmente “uma doença familiar, e ocorre mais frequentemente em mulheres jovens”, refere a mesma nota.

Por fim, a organização mostra que “a ocorrência de tiróide hipoativa é mais comum em mulheres do que em homens” e a sua prevalência “aumenta com a idade”. Também a “hiperativa é dez vezes mais comum em mulheres do que em homens”, sendo mais frequente “na faixa etária de 20-40 anos”, podendo, porém, “ocorrer em qualquer idade”.

Imagem de destaque: Shutterstock