A exposição a substâncias químicas “eternas” durante a gravidez pode levar à obesidade infantil

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[Fotografia: Pexels/ Mikhail Nilov]

A exposição a químicos, comuns nas composições de produtos domésticos, pode aumentar o risco de obesidade em crianças, explicam os pesquisadores. Os produtos de cuidados pessoais, espumas de combate a incêndios, embalagens de alimentos, produtos médicos e muitos outros itens domésticos possuem milhares de substâncias perfluoroalquiladas (PFAS). Os PFAS tóxicos são resistentes e os cientistas acreditam que sobreviverão no ambiente por milhares de anos.

Um estudo analisou os níveis de sete tipos diferentes dessas substâncias químicas “eternas” em amostras de sangue coletadas a mães durante a gravidez e calcularam o IMC de cada criança. Pesquisadores da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, estudaram dados coletados ao longo de duas décadas de pouco menos de 1400 crianças com idades entre dois e cinco anos, bem como das mães.

“Os resultados foram baseadas em oito grupos de pessoas, localizados em diferentes partes dos EUA”, explicou o autor do estudo, Dr. Yun Liu, pesquisador associado à Universidade de Brown.

A equipa descobriu que, quantos mais PFAS as mães tinham no sangue durante a gravidez, maior era o risco dos filhos sofrerem de obesidade, mesmo quando os níveis em baixos. Este resultado foi igual em crianças do sexo masculino e feminino.

Joseph Braun, professor de epidemiologia e diretor do Centro de Saúde Ambiental Infantil da Universidade de Brown, acrescentou que os PFAS são tóxicos e extremamente resistentes ao tempo, uma vez que vários fabricantes eliminaram voluntariamente o seu uso, mas as pessoas continuam a sofrer com as consequências.

“O fato de vermos essas associações em níveis relativamente baixos numa população contemporânea sugere que, embora o uso de PFAS em produtos tenha diminuído, as grávidas de hoje ainda podem estar em risco”, referiu Braun em um comunicado da universidade.

Braun espera que este tipo de dados possa ajudar a informar e influenciar a política ambiental e as diretrizes de segurança.

“Estudos como este podem ajudar pesquisadores e formuladores de políticas a entender melhor os riscos do PFAS, a fim de tomar ações eficazes para proteger as populações vulneráveis”, rematou.