A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica começou a receber alegadas denúncias há um mês e conta já com 214 depoimentos.
A informação, veiculada em comunicado pela entidade presidida pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, refere que os casos abrangem vítimas nascidas entre 1933 e 2006, ou seja, com idades mais recentes de 15 anos, “de todos os grupos sociais e níveis de escolaridade” e originárias de todas as regiões do país.
“Em muitos desses testemunhos, as vítimas não só descrevem o que aconteceu sobre elas mesmo, como frequentemente apontam o conhecimento ou a forte probabilidade de, naquelas circunstâncias de tempo e espaço, outras crianças terem sido vítimas do mesmo abusador”, refere a nota divulgada esta quinta-feira, 10 de fevereiro.
De acordo com a mesma declaração – que admite uma eventual diferença “considerável” entre a quantidade de casos “diretamente validados e outros tidos como existentes ou muitos prováveis” -, os testemunhos foram prestados “através do preenchimento do inquérito online, telefonemas e entrevistas presenciais”.
Por receio de que a denúncia online possa não ser possível para franjas da população, esta entidade independente já estará a fazer ponte com estruturas de apoio entre elas o Instituto de Apoio à Criança, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens Associação Quebrar o Silêncio, o Sistema de Proteção e Cuidado de Menores e Adultos Vulneráveis (Serviço de Escuta dos Jesuítas) e as comissões diocesanas.
A Comissão Independente garante que irá manter a privacidade dos dados, não divulgando publicamente os nomes das vítimas, abusadores ou locais de abuso.
