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Adeus birras, olá comida saudável. Porto vai ensinar como se faz

Percorra a galeria e acabe de vez com os pequenos erros da família às refeições [Fotografia: Shutterstock]
As crianças devem, sempre que possível, comer com os pais à mesa, sem distrações para que possam aprender a comer sozinhos, para que conheçam os alimentos e interajam com os pais. [Fotografia: Shutterstock]
A partir dos 12 meses, a criança poderá comer a mesma refeição dos pais, tendo apenas em atenção que não deverá ter sal (ou dose muito limitada, o que também não fará mal aos pais, substituindo o sal por ervas aromáticas). [Fotografia: IKEA]
Atenção às porções que as crianças comem! Observando a Roda dos Alimentos, percebemos rapidamente que a porção de fontes proteicas como pescado, ovo e carne é muito inferior à porção das fontes de hidratos de carbono (cereais, tubérculos e também as leguminosas), por isso o prato deverá refletir a Roda dos Alimentos. [Fotografia: Shutterstock]
A maior porção deverá ser de legumes, depois a fonte de hidratos de carbono e menos de ¼ do prato deverá ser preenchido com uma fonte proteica. Não exagerem na dose e respeitem o apetite das vossas crianças, nunca forçando a ingestão de alimentos![Fotografia: Shutterstock]
Solidariedade à mesa! Se, por algum motivo, algum elemento da família, em particular criança ou jovem, necessitar de cuidados alimentares específicos, não deve ficar de “castigo” e ter uma alimentação diferente da restante família, nem ser proibido de comer outros alimentos. [Fotografia: Shutterstock]
A família deverá ser solidária e a alimentação a disponibilizar deverá ser igual para todos e se alguns produtos não puder ingerir, o melhor será não tê-los em casa![Fotografia: Shutterstock]

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O Porto recebe, em junho, a primeira Unidade de Intervenção Alimentar da Criança para ajudar as famílias com crianças a comer saudável e travar as birras à mesa daqueles que não querem legumes e frutas, anunciou hoje fonte oficial.

A Unidade de Intervenção Alimentar da Criança (UnIAC) é colocada em marcha em junho por iniciativa das faculdades de Ciências da Nutrição e da Alimentação (FCNAUP), Psicologia e Ciências da Educação e a de Medicina da Universidade do Porto, bem como do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, avançou à agência Lusa o diretor da FCNAUP, Pedro Moreira.

A criação da UnIAC, que vai ser anunciada publicamente na terça-feira, 29 de maio, no âmbito da celebração do 42.º aniversário da FCNAUP, tem o objetivo aproveitar a investigação que a Universidade do Porto faz no domínio da nutrição e alimentação e trabalhar em conjunto com as várias faculdades da Universidade do Porto para ajudar as famílias a comer saudável e a prevenir a obesidade infantil e outras doenças, explicou Pedro Moreira.

Prevenir a obesidade e promover a alimentação saudável são dois dos objetivos deste plano

Dar sopa com palhinha a crianças avessas a legumes pode ajudar a travar conflitos entre pais e filhos às refeições e é para aprender a comer saudável que a especialistas do Porto decidiram avançar com a UnIAC.

Na galeria acima, reveja alguns mitos da alimentação em família que devem cair por terra. O intuito é melhorar a vida e saúde de todos à mesa

“Hoje em dia, a nossa sociedade é muito hedónica, temos a ideia que tem que dar prazer, mas a solução da palhinha é um belo exemplo para mostrar que não é tanto a questão do prazer, é mais a questão da motivação para o comer. De facto, a palhinha é um método” fácil para pôr uma criança a comer mais saudável sem travar guerras, porque muitas vezes a refeição é um “fator de grande stresse entre o casal”, explica Pedro Moreira, um dos impulsionadores da criação da unidade no Porto.

Consultas vão custar 30 euros

O “recurso à recompensa” em dar um doce em troca de comer a sopa é um erro apontado por aquele especialista em nutrição, alertando que depois é “muito difícil sair dessa armadilha” de comer saudável com “contratos de recompensa” com sobremesas doces.

As marcações de consultas de nutrição e psicologia devem ser feitas por telefone ou ‘e-mail‘ para a Faculdade de Nutrição e Psicologia, e os dias disponíveis são às segundas-feiras, das 09:30 às 16:00 horas, e aos sábados das 09:00 às 13:00 horas, explicou Sandra Torres, a psicóloga que integra o projeto universitário da UnIAC, referindo que preço das consultas é 30 euros.

“Prevemos com cada caso haver uma avaliação inicial que é feita conjuntamente pelo psicólogo e pelo nutricionista (…) e é partir daqui é que será depois elaborado o plano de intervenção e será programada o tipo de estratégias que vão ser conduzidas”, explicou Sandra Torres.

Nutricionistas querem pôr a alimentação sustentável nas salas de aulas

A psicóloga considera que “há muito trabalho a fazer com os pais, porque na faixa etária das crianças entre os dois e cinco anos quem “toma as grandes decisões” são dos progenitores.

“Aumentar o tempo de exposição de alimentos saudáveis e brincar com eles é um caminho a percorrer nas consultas, disse, explicando que no contexto de intervenção e de consulta vai haver um “supermercado montado” com os produtos alimentares mais desejáveis, onde se vai pôr a criança a brincar e a simular escolhas, com o objetivo de no futuro resultar numa escolha melhor da comida”.

A UnIAC pretende ser “uma resposta” para que um conjunto de profissionais de saúde junto das famílias e das crianças possam trabalhar “colaborativamente com o objetivo de promover um estilo de alimentação saudável da criança“, explicou Pedro Moreira.

“Prevemos com cada caso haver uma avaliação inicial que é feita conjuntamente pelo psicólogo e pelo nutricionista (…) e é partir daqui é que será depois elaborado o plano de intervenção e será programada o tipo de estratégias que vão ser conduzidas”, explicou Sandra Torres.

As consultas com as crianças são uma forma de chegar aos pais também, porque “tem de haver exemplos em casa e uma unidade de discurso na família coerente”, resume Pedro Moreira.

As consultas “inovadoras pelo espírito colaborativo entre nutricionistas, pediatras e psicólogos”, vão ter “normas” e “ferramentas” devidamente adaptadas e validades como por exemplo pelo Geração XXI, um projeto de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que tem estudado 8647 crianças, e que concluiu, por exemplo, que as crianças portuguesas preferem doces aos legumes, referiu Pedro Moreira.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Shutterstock

Alimentação saudável para crianças: que erros andamos a cometer?