Publicidade Continue a leitura a seguir

América grande outra vez, agora a sério

Make America Great Again. Clique na galeria para ver peças incontornáveis do design americano, que são referências mundiais.
1. Poltrona Semana, por David Weeks, estrutura em aço escovado e casco em couro de sela tingido.
2. Casa Falling Water, ou Casa da Cascata por Frank Lloyd Wright em 1935, construída sobre uma cascata natural no estado da Pensilvânia.
3. Poltrona Parrish, por Konstantin Grcic, para a Emeco. Esta marca fez carreira construindo cadeiras em alumínio para o exército e para as prisões de todos os estados federados.
4. Lustre Agnes, por Lindsey Adelman, para a Roll & Hill, inspirado na história da heroína ficcional de mesmo nome, uma prostituta que trabalhava na Califórnia durante a corrida ao ouro de 1849.
5. Contentor com porta Talitha, de Jonathan Adler, forrado a metal niquelado.
6. Mesa American Gothic, pelo Atelier Takagi para a Self Initiated, madeira de bordo lacada.
7. Candeeiro de mesa Constrictor, por Jeremy Pyles, para a Niche Modern.
8. Candeeiro Tiffany, linha criada por Louis Comfort Tiffany no princípio do século XX com uma técnica semelhante à do vitral. A diferença maior é que aqui o vidro é curvado com calor e depois chumbado. Exemplar à venda no Ebay.
9. Poltrona e repousa-pés pelo casal Eames em meados do século. Produzido atualmente pela Vitra.
10. Casa Farnsworth, por Mies Van Der Rohe em 1951, em Plano, no Illinois (crédito: US Library of Congress, Highsmith Archive)

Publicidade Continue a leitura a seguir

America great since ever! O bom americano não é este, alaranjado e de cabelo desconcertante, que tem aparecido ultimamente nas notícias (e que agora até fez capa da Time). Pelo menos na arte, no desenho e na cidadania em geral nunca o tem sido. Bem pelo contrário.

Trump é a antítese de tudo aquilo que a maneira americana tem apregoado e feito resultar: liberdade, democracia, ter a capacidade de transformar os sonhos em coisas reais e ter concretizado a primeira tomada de consciência, oficializada ao nível planetário, do conceito “we the people” (nós o povo).

Podemos dizer que a América não toda Los Angeles e Nova Iorque. É verdade, nem Portugal é todo Lisboa e Porto. Isto tudo o que aconteceu com Trump é reflexo da educação deficitária, da pobreza e da falta de meios. Culpa tanto dos governantes como dos governados, que crescem sem escola nem educação, pelo menos cívica. Culpa dos Trumps e nossa, que deixámos que nas costas dos nossos sofás tudo isto acontecesse.

Foi na América que nasceram os últimos grandes Modernos, os que literalmente bateram com o pé no chão e disseram “chega de pirosices! As coisas são para usar antes de serem para ter!” São americanos Charles e Ray Eames, é americano Frank Lloyd Wright, foi na América que Van Der Rohe se consagrou definitivamente.

A América tem sido desde sempre um farol num gosto específico, moderno e contemporâneo. Porque como nação não tem no desenho âncoras próprias devidas aos curtos 233 anos de história oficial, da América podemos sempre contar com verdadeiras novidades, que não se ficam apenas pela ideia ou pela vontade. O processo industrial, porque também ele relativamente tão novo, ganhou raízes mais profícuas na América mais rapidamente, e por isso, passar do desenho à tridimensionalidade é tão mais fácil e célere de operar no lado de lá do Atlântico.

Trump passará, tudo passa, doendo mais ou menos conforme deixarmos. Mas temos a certeza que a lounge com pouf do casal Eames ficará por cá durante muito mais tempo do que ele.