Publicidade Continue a leitura a seguir

As mulheres são as maiores vítimas de assédio sexual e moral no trabalho

Percorra a galeria de imagens acima para ver as principais conclusões do estudo
1. Frequência de assédio sexual e de assédio moral em Portugal: em 2015, os números tanto do assédio sexual como moral em Portugal são muito expressivos e superiores aos que se verificam na média dos países europeus
2. Condições de trabalho e assédio sexual e moral: más condições laborais, precariedade, redução de efetivos nas empresas, más práticas organizacionais e ambientes hostis contribuem para que ocorram formas de violência psicológica gravíssimas que afetam a saúde e o bem-estar de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, conduzindo, por vezes, a situações limite
3. Assédio sexual, moral e desigualdades estruturais: o assédio sexual e moral no local de trabalho, enquanto formas de atentar contra a dignidade das pessoas no trabalho, não podem ser desvinculados de formas mais genéricas de desigualdade de acesso a recursos, poderes e prestígio
4. Assédio sexual sobre mulheres no local de trabalho em Portugal (mudanças 1989 – 2015): há maior clareza na identificação de situações de assédio sexual por parte das mulheres. Comparando 1989 e 2015 regista-se também a diminuição da frequência com que as mulheres são alvo de assédio sexual: a proporção de mulheres que refere situações de assédio no local de trabalho diminuiu de 34% para cerca de 14%

Publicidade Continue a leitura a seguir

O único estudo sobre assédio sexual e moral no local de trabalho em Portugal foi feito há 25 anos. Para atualizar os dados e conhecer o panorama atual, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) juntou-se ao Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (CIEG) para realizar uma nova investigação que será apresentada no livro Assédio Sexual e Moral no Local de Trabalho, lançado esta segunda-feira às 15h00 no auditório Dr. António Almeida Santos, na Assembleia da República.

Segundo o inquérito desenvolvido pelo CIEG, da população ativa em Portugal, 16,5% já sofreu de assédio moral no trabalho e 12,6% de assédio sexual. As mulheres continuam a ser as principais vítimas tanto de assédio moral (16,7%) como de assédio sexual (14,4%). No que toca aos homens, os números de assédio moral também são elevados (15,9%), mas os de assédio sexual são bem mais reduzidos (8,6%) do que os do sexo feminino (pode ver mais conclusões do inquérito na galeria de imagens acima).

As formas de assédio moral mais utilizadas para atingir as mulheres são torná-las alvo de situações de stress para que se descontrolem (41,8%), fazer com que sintam que o trabalho é sistematicamente desvalorizado (31,3%) e serem constantemente alvo de ameaças de despedimento (7,2%). Normalmente os autores deste tipo de assédio são os patrões, superiores hierárquicos e as chefias diretas (82,2%).

Já as formas de assédio sexual que mais atingem as mulheres são as piadas ou comentários ofensivos sobre o seu aspeto (14,5%), olhares insinuantes que as fazem sentir-se ofendidas (23,5%) e contactos físicos não desejados como tocar, mexer, agarrar, apalpar o corpo, beijar ou tentar beijar (20,1%).

Este inquérito do CIEG sobre o assédio sexual e moral no local de trabalho em Portugal foi aplicado por questionário, durante 2015, a 1801 pessoas, 1243 mulheres e 558 homens, de acordo com uma amostra representativa da população ativa de Portugal continental que não incluiu o setor primário.