
A biblioteca especializada Ana de Castro Osório, em Lisboa, assinala dez anos de existência, com uma sessão nesta sexta-feira, 26 de maio, mantendo a ideia original de colocar o feminismo no espaço público.
“Ainda há muito desconhecimento acerca deste tema”, assinala a jornalista e escritora Maria Antónia Palla, uma das fundadoras da segunda biblioteca feminista da Europa em espaço público e mãe do primeiro-ministro António Costa, que se inspirou na precursora francesa Bibliothèque Marguerite Durand, fundada em 1931.
Através de um protocolo com a Câmara de Lisboa, a iniciativa foi acolhida, há dez anos, na biblioteca municipal de Belém. O objetivo era “trazer ao espaço público uma biblioteca generalizada uma biblioteca especializada no feminismo”, explica Maria Antónia Palla.
A coleção da biblioteca, resultado da doação de Maria Antónia Palla e de outras quatro fundadoras – Ana Sara Brito, Anne Cova, Manuela Tavares e Maria Teresa Sales -, conta já com cerca de duas mil obras dedicadas à temática do feminismo e da igualdade de género.
Além do acervo, que tem crescido e “já ocupa todos os lugares disponíveis na sala”, têm sido realizados debates mensais “particularmente interessantes para as mulheres”, refere Maria Antónia Palla. “Este é o nosso contributo de feministas de sempre”, resume Palla.
A década da biblioteca vai ser assinalada com uma sessão na sexta-feira, às 16:00 horas, na Biblioteca de Belém, instalada no Palácio do Marquês de Angeja, que contará com intervenções das fundadoras, bem como da secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, da coordenadora da Biblioteca de Belém, Filipa Barros, e de representantes do coletivo feminista espanhol El Clube de las 25. A cantora e compositora Teresa Salgueiro fará um momento musical.