Cientistas criam teste em papel que deteta cancro através da urina

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[Fotografia: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens]

Um simples pedaço de papel com sensores de nanopartículas e urina. São estes os materiais-base requisitados por engenheiros do MIT e que vão conseguir permitir detetar a presença ou não de cancro. Um teste cuja simplicidade surge emprestada de um teste de gravidez, mas diferente nas suas componentes de reação.

A equipa liderada pela professora de Ciências e Tecnologia da Saúde e Engenharia Elétrica da John and Dorothy Wilson e da Ciência da Computação no MIT, Sangeeta Bhatia, anunciou em comunicado que este dispositivo aciona as nanopartículas diante de sinais tumorais começando a libertar sequências curtas de ADN. A informação surge depois produzida em códigos de barras que trarão informação sobre o tumor de um paciente.

Estamos a tentar inovar num contexto de disponibilização de tecnologia para configurações de recursos baixos e médios. Colocar esse diagnóstico no papel faz parte do nosso objetivo de democratizar o diagnóstico e criar tecnologias baratas que possam dar uma resposta rápida no ponto de atendimento”, diz a coordenadora e líder do estudo que é também membro do Koch Institute for Integrative Cancer Research e do Institute for Medical Engineering and Science.

De acordo com o que foi revelado (e que pode ser consultado no original na revista Nature aqui), os primeiros testes feitos em ratos de laboratório indicam que os sensores presentes nestes novos dispositivos foram capazes de detetar a atividade de cinco diferentes enzimas presentes em cancros.

Os cientistas também descobriram que cinco códigos de barras de DNA poderiam dizer com precisão a diferença de resultados e que revelam a presença de tumores que começaram nos pulmões e na zona colorretal.