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Cinema: uma rentrée no feminino

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Fala-se muito na rentrée cinematográfica e a verdade é que este ano começam logo a chegar grandes papéis femininos. Desvendamos os filmes e as atrizes que estão aí à porta nesta nova temporada de cinema.

Meryl Streep – Florence, Uma Diva Fora do Tom
Rentrée que é rentrée tem de ter Meryl Streep. A maior atriz do cinema americano volta a desafinar, perdão, a deslumbrar no novo filme de Stephen Frears, “Florence Foster Jenkins”, a história de uma socialite sem dom para ópera que graças aos seus milhões conseguiu ser uma cantora. Uma história verdadeira de uma mulher que era vista como a “pior cantora do mundo” mas que chegou a atuar no prestigiante Carnegie Hall. Temos uma Meryl Streep a cantar o pior que sabe e com um “timing” cómico genial.

É mesmo um dos grandes filmes desta rentrée num retrato de mulher que nunca cai na caricatura. Frears filma esta senhora com uma ternura genuína, em especial quando mostra a intimidade com o seu marido, um improvável Hugh Grant.

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Eva Green – A Casa da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares
O regresso de Tim Burton é também o regresso ao cinema da imensa Eva Green, que nos últimos anos estava desviada à televisão com a série “Penny Dreadful”. O filme é baseado no bestseller de Ransom Riggs e leva-nos para um mundo paralelo onde um jovem adolescente vai parar à casa da Miss Peregrine, uma espécie de feiticeira que zela por um grupo de crianças com poderes muito peculiares.

Fantasia de luxo que permite a Green uma criação excêntrica e com um estilo visual muito especial. Longe vão os tempos em que a atriz era apenas uma ninfa de Bernardo Bertolucci, em “Os Sonhadores” (2003), cineasta que a apelidou de “indecentemente bela”.

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Renée Zellweger – O Bebé de Bridget Jones
Com plásticas ou sem plásticas, com hiato exagerado ou não, queremos sempre ver uma texana a fazer de londrina na crise de meia-idade. Renée Zellweger foi o casting mais arriscado dos últimos anos mas agora já não pode haver outro rosto a encarnar a heroína inglesa, sobretudo nesta chegada aos quarenta e com uma gravidez improvável. Bridget continua em triângulos amorosos e não sabe se o pai do bebé é um médico americano ou o “posh” sr. Darcy.

O que se sabe é que esta terceira comédia inspirada na personagem dos livros de Helen Fielding tem a assinatura de Emma Thompson no argumento e reivindica uma legitimidade feminista. No meio de tudo isto, Renée já veio a público dizer que acha nojento o que os jornais lhe fizeram com a história do suposta plástica.

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Natalie Portman – As Armas de Jane
Uma “power lady” do Oeste. É assim que se vende Natalie Portman como pistoleira neste western de Gavin O’Connor, onde contracena com Ewan McGregor e Joel Edgerton, isto numa altura em que no circuito dos festivais mostra os seus dois novos filmes, “Planetarium”, de Rebeca Zlotowski e “Jackie”, de Pablo Larraín, onde interpreta Jackie Kennedy. O ano do grande regresso da atriz oscarizada e que veio de um período de inactividade por se ter tornado mãe.

Mesmo nos seus 1 metro e sessenta, Portman impõe respeito neste conto de vingança num Oeste viril e masculino onde as mulheres não eram respeitadas. Há quem fale em tiro ao lado na carreira…

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Nicole Kidman – Um Editor de Génios
Está a faltar a Kidman uma daquelas grandes interpretações que em tempos nos habituava. Mesmo continuando deslumbrante e com uma aura de diva, é daqueles casos que parece demorar a encontrar o material certo. Neste filme de Michael Grandage está com um registo certo e tem uma personagem com sumo, mas acaba por ter pouco “tempo de antena” – a ação está toda centrada em Jude Law e Colin Firth, respectivamente Thomas Wolfe e o seu editor Max Perkins.

Nicole é Aline Bernstein, uma reputada figurinista da cena teatral dos anos 1930/40 em Nova Iorque. O filme acompanha a sua relação romântica muito complicada com o génio da literatura Thomas Wolfe.

Vale por voltar a juntá-la a Jude Law, mas ficamos ainda mais com saudades de “Cold Mountain”.

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Felicity Jones – A Alta Velocidade; Inferno; Sete Minutos depois da Meia-Noite
A rainha da rentrée é a inglesa Felicity Jones, que o ano passado quase venceu o Óscar por “A Teoria de Tudo”. Agora tem três filmes nesta temporada. O primeiro chama-se A Alta Velocidade e é um filme de perseguições de automóveis com testosterona muito macho-macho e com piscadela de olhos à franchise “Velocidade Furiosa”. É o típico exemplo de erro de carreira que uma atriz conmete quando o seu agente lhe conta que é para contracenar com o galã Nicholas Hoult e ser perseguida por Sir Anthony Hopkins.

A seguir, vai ser vista como a companheira de aventuras de Tom Hanks, em “Inferno”, a terceira aventura de Robert Langdon, a personagem literária de Dan Brown, numa aventura com teorias muito conspirativas sobre o Inferno de Dante. Segue-se “Sete Minutos depois da Meia-Noite”, do espanhol J.A. Bayona, um filme de apelo juvenil onde interpreta uma mãe doente. Mas o que o mundo está mesmo à espera dela é da rebelde de “Rogue One: Uma História Star Wars”, de Gareth Edwards, em estreia na altura no natal.

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