Diversas técnicas são utilizadas para acabar com a indesejada penugem: laser, creme depilatório, cera e, em caso de urgência, até a lâmina é válida. Mas até que ponto é saudável uma depilação radical? Alguns médicos alertam que deve ser feita com muito, mas muito cuidado.
Nos EUA, um estudo realizado em 2015 pela Universidade de Indiana e pelo Instituto Kinsey para Estudos sobre Sexo, Género e Reprodução ouviu a opinião de 2451 americanas e constatou que 87% das jovens entre 18 e 24 anos removem total ou parcialmente os pelos púbicos. A investigação também revelou que as mulheres adeptas da depilação são mais confiantes e seguras em relação ao seu corpo e têm maior índice de satisfação sexual.
Há quem associe a adesão à depilação à submissão das mulheres aos padrões sociais impostos pelos homens, mas o argumento parece ter sido desmentido pela pesquisa que visou mulheres de todas as orientações sexuais. O índice é semelhante entre todas, 86% das bissexuais e 74% das lésbicas declaram-se total ou parcialmente depiladas.
Em Portugal ainda não se conhecem estudos sobre o tema, mas segundo Paula Martins, esteticista com gabinete em Aveiro, são cada vez mais as mulheres que recorrem à depilação (neste caso a cera fria). Buço, axilas, pernas e virilhas são as zonas mais comuns a tratar. “As minhas clientes são sobretudo jovens e senhoras até aos 50 anos de idade”, revela. Há cerca de 15 anos rendeu-se ao que até aí era uma novidade em Portugal e se tornou popular: a depilação total dos pelos púbicos.
“Neste caso as clientes têm entre 20 e 35 anos; as mais velhas preferem apenas limpar a zona do biquíni”.
As razões apresentadas pelas mulheres prendem-se sobretudo com questões de higiene – que assim se torna mais fácil – e vontade de agradar ao namorado ou marido.
Juliana Baptista, médica dermatologista na clínica Manuela Cochito, em Lisboa, alerta:
“Seja qual for o método optado, a mulher deve evitar a depilação íntima total e manter uma pequena orla junto das mucosas dos grandes lábios; os pelos púbicos protegem o nosso corpo contra microrganismos, barrando os agentes infecciosos, tal como os do nariz, por exemplo, que nos protegem das constipações e as pestanas das infeções oculares. Depois, podem apará-los com uma tesourinha sem bico”.
Na clínica Manuela Cochito faz a depilação a laser com a máquina Alexandrite, na sua opinião uma das mais eficazes do mercado quando manipulada por técnicas devidamente formadas. “De preferência enfermeiras ou dermatologistas para evitar eventuais complicações, como queimaduras”, defende.
Em qualquer zona do corpo este tipo de depilação é mais eficaz se o pelo for escuro e fizer contraste com uma pele clara (o que é mais comum na zona das virilhas e axilas). “Só assim poderemos falar de depilação definitiva”, diz Juliana Baptista.
São necessárias em média cinco sessões, a realizar de dois em dois meses (ao longo do outono e inverno, pois não é aconselhável apanhar sol durante o processo), e preferencialmente a partir dos 15 anos de idade. Se não, o melhor é optar pela cera fria, creme depilatório, depilador elétrico de tração ou lâmina.
“No entanto, também há pessoas com pelo fino que preferem fazer uma sessão de seis em seis meses e atrasar assim o seu crescimento, tendo consciência que poderão nunca conseguir eliminá-lo totalmente”. A eficácia do tratamento, alerta, “também depende muito do tipo e potência da máquina”.
Qualquer seja a sua opção, ficam aqui uma série de conselhos a quem pretende desfilar esta estação com uma pele bem depilada e, sobretudo, cuidada. Veja a nossa galeria.