Dolores Silva: “Queremos continuar a inspirar a mulher portuguesa”

Entrevista a Dolores Silva
Capitã da Seleção feminina de futebol, que se esttreia no Mundial da Austrália e Nova Zelândia, que arranca esta quinta-feira, 20 de Julho [Fotografia: Álvaro Isidoro / Global Imagens]

“É uma profunda tristeza, porque ficámos muito perto de uma qualificação histórica e de eliminar as campeãs do mundo. O que fizemos dentro de campo foi incrível, mas não conseguimos ter sorte nesse lance que foi ao poste“, afirmou Dolores Silva após o empate desta terça-feira, 1 de agosto, frente aos EUA, no Mundial da Austrália e Nova Zelândia.

Uma estreia da equipa portuguesa que pára nas fase de grupos, mas que ficou marcada por conquistas históricas. “Estou muito orgulhosa, porque mostrámos que, quando se trabalha, se acredita e se é Portugal, a jogadora portuguesa tem imensa qualidade e potencial para defrontar qualquer equipa”, acrescentou.

E, para lá das conquistas, é de legado que Dolores Silva também fala. “Tivemos o privilégio de jogar um Mundial. Jogámos pelas gerações anteriores e futuras. Queremos continuar a inspirar a mulher portuguesa e todas aquelas que, em vez de hoje olharem só para os nomes nas costas das camisolas dos Estados Unidos, começaram a olhar para o nome nas costas das jogadores portuguesas com imenso orgulho e crença”, acrescentou.

 

“Em nada fomos inferiores aos Estados Unidos”

“Estávamos a defrontar a melhor equipa do mundo na teoria, mas, na prática, o que se viu foi um Portugal sem olhar ao nome que elas tinham nas costas ou à história – e algumas delas têm uma grande história no futebol feminino e inspiraram-nos a querer e a trabalhar muito para chegarmos aqui. Termos jogado contra essa equipa a um nível de exigência espetacular, demonstrando o que é ser Portugal, é de um caráter e maturidade incríveis”, detalhou a capitã.

Por isso, prosseguiu, “fica sempre guardada como uma exibição olhos nos olhos e sem medo contra as campeãs do mundo. Ganhámos um ponto, mas podiam ter sido três e haver uma passagem histórica. Estamos muito tristes e desapontadas por não termos atingido o objetivo, mas muito orgulhosas, porque foi uma das nossas melhores exibições. Tenho a certeza de que nos dará ainda mais confiança”.