Palhinhas de papel podem fazer igual ou pior que as de plástico. Estudo aponta perigos

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[Fotografia: Pexels/ Madison Inouye]

Químicos tóxicos que persistem no tempo e perigos para a saúde. Um novo estudo vem alertar os consumidores para a séria possibilidade de as palhinhas de papel não serem tão melhores que as de plástico, como tem sido comummente aceite.

A análise chega da Universidade de Antuérpia. “As palhinhas feitas de materiais vegetais, como papel e bambu, são frequentemente anunciadas como sendo mais sustentáveis e ecologicamente mais recomendadas do que as que são feitas de plástico. No entanto, a presença de PFAS nestes canudos significa que tal não é necessariamente verdade”, lê-se num comunicado (que pode ser lido no original aqui) emitido pela entidade citando o autor do estudo e cientista ambiental Thimo Groffen.

Os PFAS são substâncias perfluoroalquiladas que integram a categoria de químicos eternos, ou seja, que sobrevivem à passagem do tempo. De acordo com a análise a 39 marcas de palhinhas de papel, bambu, vidro, aço inoxidável e plástico, o estudo belga refere que 90% das de papel continha aqueles mesmos elementos. Apenas as palhinhas de aço inoxidável escapavam a este rastreio de PFAS.

Recorde-se que, entre os efeitos destes elementos tóxicos, estão os danos ligados a vários problemas de saúde como diminuição da capacidade de resposta à vacina, redução do peso ao nascer, doenças da tiróide, níveis elevados de colesterol, danos no fígado, cancro renal e do testículo. Além disso, estes PFAS estão também presentes em objetos de uso diário como roupas para atividades ao ar livre e panelas antiaderentes.

Ao detalhe, a equipa liderada por Groffen revelou que 69% dessas marcas continham PFAS, com 18 tipos distintos de PFAS identificados. No que diz respeito às palhinhas de papel, 90% destas testaram positivo para aquelas substâncias tóxicas. Valor que desceu aos 80% no caso das de bambu, 75% nas de plástico e 40% nas de vidro.

No comunicado, o cientista ambiental vinca que “pequenas quantidades de PFAS, embora não sejam prejudiciais por si só, podem aumentar a carga química já presente no corpo”. E prossegue: A presença de PFAS em palhinhas de papel e bambu mostra que elas não são necessariamente biodegradáveis.” Groffen desaconselha os utilizadores a recorrerem a estas soluções ou a evitá-las de todo no dia-a-dia.