Eis as razões porque algumas pessoas se sentem mais novas do que o que são

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[Fotografia_ Yaroslav Shuraev/ Pexels]

Todos ou quase todos conhecemos alguém que se sente muito mais jovem do que aquilo que realmente, mas continuamos incessantemente à procura do segredo da sua vitalidade e jovialidade.

Um estudo, de 2006, publicado no Psychonomic Bulletin & Review revelou que adultos com mais de 40 anos olham para si de forma mais jovem. Em média estas pessoas encaram-se como 20% mais jovens do que a sua verdadeira idade.

Este envelhecimento subjetivo tem tendência a iniciar por volta dos 25 anos e a aumentar após os 30 anos com cerca de 70% das pessoas a pensarem assim.

O fenómeno não é novo e a verdade é que já é estudado desde a década de 1970. Um estudo publicado em 1989, na American Psychological Association foi constatado que “é uma forma de negação defensiva que permite afastar-se do estigma associado ao envelhecimento”.

A psicóloga especializada em estudos de género, Belén Alfonso, referiu, em declarações ao jornal El País, que concorda com estas conclusões e considera que esses estigmas perseguem mais as mulheres que são alvo de todo o tipo de publicidade antienvelhecimento que associam conceitos como atratividade, ser ativa ou válida ao ser jovem.

Já ao avançar da idade estão associadas ideias como a improdutividade, dependência e, entre outras, morte da vida sexual.

Um bom exemplo recente e reiterado é o de Madonna que, apesar dos seus 64 anos, é duramente criticada nas redes sociais pela forma mais jovem como se apresenta. De notar que a “Rainha da Pop” surge acompanhada por jovens e replica as tendências do TikTok, rede muito popular entre os mais novos.

Belén Alfonso afirmou ainda ao jornal espanhol que Madonna “vem ensinar que atividade física, erotismo e ser tendência nas redes sociais não é um comportamento exclusivo de uma certa idade“.

No entanto, o facto é que a idade cronológica não pode ser alterada, contudo, estilos de vida, comportamentos e condições individuais podem influenciar o biológico e o subjetivo, disse Bruno Arpino, sociólogo da Universidade de Firenze ao El País.

O profissional explicou que a ideia de si próprio como mais novo pode mesmo trazer vantagens como melhores condições de saúde, serem mais felizes e até prolongar os anos de vida. Por outro lado, o sociólogo pede, contudo, cautela a olhar para esses resultados, pois não se sabe até que ponto são causa ou consequência.