O dilema de muitos casais, após vários anos juntos, passa por saber como alimentar a chama e mantê-la bem acesa. Segundo o psicólogo Stephen Snyder, entrevistado pelo The Times, é possível que um casal continue apaixonado, mesmo numa relação de longo termo. E explica como.
O Dia dos Namorados já passou e, se continua com a sua relação firme, saiba que superou com sucesso uma das épocas mais difíceis de uma relação. Se, por outro lado, está com dúvidas se o seu relacionamento é ou não para sempre, pode responder a estas 15 questões e tirar as teimas.
Independentemente das inquietações, o sexólogo Stephen Snyder explica como evitar que o seu compromisso caia por terra e o que deve fazer para que a relação continue com a chama acesa igual a de dois adolescentes. “Com as hormonas aos saltos”, tal como afirma o próprio.
Como fazer a relação ferver? O ‘simmering’ é o truque
“Um homem está a sair de casa de manhã para o trabalho. Beija a sua mulher e enterra a sua cara no seu cabelo para inspirar o seu cheiro. Os seus braços seguram a sua cintura para a puxar mais perto. O seu corpo molda-se ao dele e, por uns momentos, respiram juntos, ambos excitados. Depois, ele olha para o relógio e sai apressado, dizendo-lhe adeus”. Para o especialista, isto nada mais é que o simmering.
Os casais que se excitam em conjunto, todos os dias, mesmo que isso não leve ao sexo, são mais felizes, afirma o sexólogo. O pior que se pode fazer numa relação, afirma, é mesmo “não deixarem que se excitem um ao outro a menos que o compromisso seja fazer sexo”.
A maioria dos casais acaba por ter relações sexuais menos do que uma vez por semana, o que, na opinião de Stephen Snyder, “não é o suficiente”. Ora, tal não chega para manter o clima quente e erótico até porque “a maioria dos casais felizes gostam de se excitar um ao outro, mesmo que não partam para a relação sexual em si”.
“Quando damos um beijo de ‘olá’ ou ‘adeus’ ao nosso parceiro, este gesto dura cerca de um segundo. Com o simmering, dura cerca de um minuto, tempo suficiente para criar excitação”, explica o sexólogo ao The Times. Segundo o especialista, este tipo de comportamento irá mudar “drasticamente” a sua relação sexual.
Os adolescentes são os especialistas no simmering. Torne-se num!
Segundo Stephen Snyder, os adolescentes são os verdadeiros especialistas no simmering, ou seja, no ‘aquecer’ (em tradução livre). Muitas vezes, não tendo total privacidade, acabam por aproveitar qualquer momento para criar intimidade. No meio dos cacifos, entre as aulas… o importante é fazer com que todo o tempo conte. Se um casal casado conseguir criar esta ligação, tal vai criar, refere o especialista, uma grande transformação na sua conexão erótica.
“Demasiados abraços podem neutralizar a relação”
O primeiro é ótimo para a vida sexual do casal, já o cuddling [abraçar], nem por isso. Quem o afirma é o mesmo especialista, que diz que muitos casais passam grandes serões no sofá abraçados, em contacto, mas sem que exista nenhuma faísca entre os dois. “Demasiados abraços podem neutralizar a relação”, afirma o sexólogo, acrescentado que prefere que “o casal não se toque tanto, a menos que exista alguma energia erótica. Tocarem-se sem que exista uma corrente sexual e apaixonada é um desperdício de tempo“, continua.
O simmering não implica sexo, nem sequer requer que a roupa seja tirada. Uma das formas possíveis para que a sua presença volte a ter uma conotação sexual forte e excitante é voltar a associar a presença à excitação. Para Stephen Snyder, a técnica pode ser a solução, porque mostra ao casal que ficar excitado durante um minuto ou dois não vai fazer mal nenhum à rotina diária. Basta que a presença um do outro crie um clima de faíscas e excitação.
“Algumas mulheres abraçam em vez de engatar porque ficam preocupadas que o seu parceiro fique com uma ereção e, por isso, tenham que fazer sexo com ele. O que é disparatado (…) até porque os homens sabem como ‘se livrar’ da ereção se precisarem.” O melhor mesmo é não fazer nada de forma contrariada.
Outro dos problemas dos casais de longa duração é que se ‘obrigam’ a ter sexo só pelo prazer do outro, para que o outro chegue ao clímax. Ora, tal acaba por ser um pouco limitador porque falta a excitação a dois.
Os homens também precisam de aprender
As mulheres gostam de ser agarradas, não apalpadas, afirma o especialista. Qual a diferença? É que quando a mulher é agarrada, a atenção está na mulher em si, quando é apalpada, o foco está numa parte do seu corpo e não nela. “Os homens precisam de aprender isto”, afirma o sexólogo.
Outro erro que os casais de longa data tendem a fazer é, segundo o sexólogo, sexo de forma demasiado robótica. O importante é ter mesmo paixão pelo que está a fazer e não estar apenas focada no prazer do parceiro.
Claro que nos devemos preocupar com que a outra pessoa gosta, mas a paixão por vezes é egocêntrica. “Seja um pouco egoísta”, incentiva o especialista, “perca-se na paixão”, remata.
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