Esta agência portuguesa transforma o seu cão ou gato num influenciador digital

Em 2013 o Instagram ainda não tinha a força que tem hoje e era no Facebook que se centravam todas as atenções. Foi precisamente no início desse ano que a influenciadora Raquel Strada decidiu criar uma página para o seu cão, um chowchow chamado Tufão, na maior rede social do mundo.

O que aconteceu com o meu cão foi muito orgânico porque era muito querido, muito fofinho e todas as pessoas que iam a minha casa queriam tirar uma foto com ele para postar nas redes. Entretanto um dia, já meio com os copos, o Duarte Loureiro Borges – que trabalha na agência que faz a maioria dos posts do Tufão -, sugeriu criar um alter ego para mim, porque eu tento ser mais neutra. Ele disse que devia ter um alter ego para dizer tudo o que me apetece e então criámos o Tufão”, recorda ao Delas.pt Raquel Strada.

Criado o alter ego, Raquel Strada e Duarte Loureiro Borges começaram a usar a página de Tufão para se meterem, através das redes sociais, com figuras públicas internacionais como a apresentadora Oprah Winfrey e o cão do ex-presidente norte-americano Barack Obama. No final desse mesmo ano, o cão da portuguesa já era referido na revista Time.

“Achavam que ele era fofo devido à raça e aos comentários parvos que fazia, todos lhe davam atenção. Se calhar foi por isso que as pessoas perceberam que isto era um nicho de mercado pouco explorado“, explicou a influenciadora.

Seis anos depois, a dona de Tufão nota algumas diferenças na forma como se comunica nas redes sociais. Hoje vê o Facebook apenas como um veículo de notícias ou de queixas e nota que há muito mais influenciadores, tanto humanos como animais.

“Isso por um lado é bom, sinto que as pessoas conseguem expressar a sua individualidade mesmo através dos seus animais de estimação ou através de um alter ego qualquer que tenham. Quando alguém tem um Instagram com o cão ou o gato, normalmente na página é o dono ou algum amigo próximo a falar por ele e isso para mim é giro porque pode ser quase como o grumpy cat ou o Garfield, que tinha sempre uma opinião mais inusitada sobre a vida”, afirmou Raquel Strada.

Recentemente, a agência de marketing de influência portuguesa Guess Who deixou de se centrar apenas em influenciadores humanos para começar também a trabalhar com animais. Entre cães, gatos e um porco já existem mais de 30 koolerpets na família (percorra a galeria de imagens no topo do texto para ficar a conhecer alguns dos cães e gatos agenciados pela agência).

Quando a Guess Who foi criada já tinha em mente a aposta nos animais de estimação como influenciadores digitais. Estrategicamente começámos a apresentar a marca e chegámos primeiro aos influenciadores humanos. Nesta fase sentimos que era a melhor altura para revelar a nossa intenção de recrutar também animais de estimação”, disse Sara Martinho, da Guess Who.

Para poder inscrever o seu animal de estimação na agência deve ter uma página onde partilhe conteúdo original, autêntico, diferenciador e coerente, que crie valor e possa vir a ser relevante no digital.

Como equipa apaixonada por animais, a Guess Who compromete-se a garantir que os cães e gatos com quem trabalham são bem tratados pelos donos.

Tentamos ter encontros presenciais com todos os donos e fazemos uma pequena entrevista para determinar as motivações de cada um. Não está no nosso ADN promover animais que não sejam felizes e que sejam tratados como objetos e acessórios. A Guess Who, com a exposição pública que proporciona aos animais, pretende contribuir para a valorização e integração destes no seio das famílias portuguesas. Temos já algumas ideias pensadas, nomeadamente a nível da responsabilidade social, que a seu tempo partilharemos”, sublinhou a responsável pela agência.

“Criei o Instagram com o objetivo de manter os meus fãs atualizados sobre a vida do meu cão”

Nesta nova vaga de animais influenciadores digitais surgiu, em setembro do ano passado, Lucca Ivy, o poodle toy de April Ivy. Apesar de a cantora não ter o hábito de publicar fotografias do cão com tanta frequência, a fofura de Lucca já conquistou mais de 1300 seguidores.

“Comecei a pôr fotografias dele no meu Instagram e vi que, efetivamente, gerava muitas interações com os meus seguidores. Então pensei: Porque não criar uma página só para ele já que me farto de lhe tirar fotografias? Criei-lhe um Instagram divertido onde publico fotografias espontâneas ou faço mini produções“, explicou April Ivy.

As fotografias que publica costumam ser tiradas pela mãe ou amigas, mas é sempre a jovem de 20 anos quem faz a gestão da página. Quando soube da existência de uma agência de marketing de influência para animais de estimação em Portugal, April Ivy ficou curiosa.

“É tudo uma questão de perceber em que consiste a agência. Nunca fiz trabalho nenhum com o Lucca nem o sujeitaria a estar horas seguidas em gravações ou sessões fotográficas. Criei o Instagram mais com o objetivo de manter os meus fãs atualizados sobre a vida do meu cão”, afirmou a cantora.

À semelhança de April Ivy, também Raquel Strada evita sujeitar Tufão a situações de stress.

Uma vez fizemos uma campanha e só o deixei estar a fotografar 40 minutos porque acho que tudo o que seja demais não faz sentido e nós temos que proteger o bem-estar dos nossos animais, eles são uma continuação da nossa família. Estando esses aspetos assegurados, os conselhos que dou é tentarem sempre perceber quais são as características dos vossos animais que põem os vossos amigos a rir, o porquê daquilo funcionar”, acrescentou Raquel Strada.

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