Estes são os dias de férias que precisa para descansar a sério, segundo estudo

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[Fotografia: Pexels/Andrea Piacquadio]

Pesquisa elaborada por investigadores de universidade dos Países Baixos pretende conferir uma pincelada inicial sobre o número de dias que o corpo e a mente precisam para descansarem verdadeiramente nas férias. Afinal, tal como o número de vezes que uma pessoa procura restabelecer-se durante um ano de trabalho, também o volume de dias que dedica ao corte com o quotidiano está aqui em perspetiva.

O presente estudo quer contribuir para a compreensão da recuperação a longo prazo: pausas frequentes podem ser mais importantes para preservar o bem-estar do que a duração de um único episódio de recuperação”, afirma a equipa de pesquisadores da Universidade de Radboud que liderou a análise Vacation (after-) effects on employeehealth and well-being, and the role of vacationactivities, experiences and sleep [em tradução literal, Efeitos pós-férias na saúde e bem -estar dos trabalhadores e o papel das atividades, experiências e sono].

Para a coordenadora do estudo, psicóloga especialista em saúde pública, ambiental e ocupacional, Jessica de Bloom, “os resultados sobre o rápido desaparecimento de um efeito positivo de férias também acentuam a importância metodológica das medidas durante esse período”.

Em traços gerais, será difícil sentir-se verdadeiramente descansado se não tiver repousado durante, pelo menos, oito dias consecutivos e com atividades que realmente proporcionem prazer e bem-estar, aponta a investigação publicado no Journal of Happiness. Ao mesmo tempo, não estão descartadas as pausas frequentes de férias ao longo do ano. Parece contraditório? Talvez, mas há uma explicação: afinal, o tédio também tem uma palavra a dizer nesta matéria.

O estudo longitudinal reuniu inquéritos de 54 participantes empregados, com idade média a rondar os 42 anos e meio. A pesquisa procurou focar-se em períodos de férias tendencialmente mais longos, de 15 a 34 dias, com uma média de 23, e tentou olhar para processos mentais associados a este descanso, bem como os valores de bem-estar reportados pelos inquiridos. Para a tal, auscultou a opinião dos entrevistados antes das férias, três a quatro vezes durante o período descanso e uma quinta vez já depois do período de ausência cumprido. Todos os questionários alicerçados em seis fatores de análise: estado de saúde, fadiga, satisfação, humor, tensão e nível de energia. De entre as conclusões, destaque para um aumento acelerado de saúde e bem-estar durante as férias, atingindo um pico ao oitavo dia, mas vendo crescer algum tédio a partir do 11º dia das férias. Importante ressalvar que, mediante o regresso ao dia-a-dia ao nono dia, os valores de cansaço e fadiga voltaram de imediato ao ponto anterior às férias.

“A saúde e o bem-estar melhoraram durante as longas férias de verão, mas esse efeito positivo durou pouco. Experiências de férias, especialmente prazer, relax, gozo e controlo, parecem ser especialmente importantes para a força e persistência dos efeitos pós-férias”, afirmam os investigadores.

Então, quais as melhores propostas diante um intervalo entre os oito e os 11 dias de descanso? Para Jessica de Bloom a resposta está na diversidade, mas também nas atividades que se fazem durante as férias. “Em vez de tirar apenas um longo período de férias por ano, parece muito mais razoável planear várias momentos de descanso mais curtas ao longo de um ano de trabalho para manter níveis de bem-estar mais elevados”, explicou.