Estudos analisam eventuais alterações menstruais e mamárias pós vacina da covid-19

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Estados Unidos da América, Reino Unido e agora Espanha estão a estudar possíveis efeitos secundários da vacinação contra a covid-19 e as mudanças reportadas por muitas mulheres em questões menstruais e senológicas.

Segundo tem sido coligido, algumas mulheres vacinadas têm evocado alterações na menstruação como atrasos ou períodos mais abundantes e volume mamário distinto.

De acordo com a edição do jornal espanhol El Mundo, o caso tem vindo a ser estudado pela mão da parteira e especialista em saúde sexual feminina Laura Câmara. A própria começou a reunir dados e explica ao periódico que, das 2827 mulheres escutadas, 51% reportam algum tipo de alteração no pós-vacinação. “Já em fevereiro, quando os profissionais de saúde estavam a ser vacinados, começámos a observar que algumas mulheres apresentavam distúrbios menstruais”, revelou a especialista, que exerce no Hospital Virgen de Las Nieves, na referida cidade do sul de Espanha.

Mas há mais ecos que chegam de outros territórios. O site Medical News Today, citando o jornal The Times, refere que a Agência Reguladora neste setor terá recebido perto de quatro mil alterações menstruais após a vacinação, dados recolhidos até 17 de maio de 2021, e que passam por sangramento mais abundante, dor, inchaço mamário e mesmo mudanças no calendário. Nos Estados Unidos da América, a Universidade de Illianois também está a coligir esses dados.

Especialistas ouvidos pelas várias publicações alertam, contudo, para a necessidade de olhar para estes resultados com moderação, com eventuais efeitos secundários a demonstrarem esbater-se com o tempo.

Ao site Medical News Today, a especialista em medicina Interna Kathleen Jordan explica “os estudos da vacina têm indicado que muitas destas alterações é notada nos primeiros dias a seguir à vacinação e que rapidamente se resolvem”, com “alterações no ciclo imediatamente seguinte, mas a regressarem à normalidade posteriormente”.

Ouvidos pelo El Mundo, Laura Câmara e o ginecologista Jackie Calleja pede mesmo para não criar alarmismo, falando em mudanças menstruais com “efeitos menores, leves e transitórios”. Sobre as alterações mamárias, o especialista lembra que não há reporte de diferenças substanciais entre esta medicação e “outro tipo de fármacos ou mesmo mediante situações stressantes”.

Carla Bernardino