EUA: Kamala Harris faz história e torna-se a primeira mulher afro-americana vice-presidente

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[Fotografia: EPA]

Kamala Harris acaba de fazer história ao tornar-se na primeira mulher afro-americana eleita vice-Presidente dos Estados Unidos da América. “Vamos trabalhar”, escreveu na rede social Twitter após a notícia da vitória do candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden.

Joe Biden alcançou este sábado, 7 e novembro, o cargo mais alto de uma nação profundamente dividida e torna-se no mais velho de sempre a alcançar a Presidência dos Estados Unidos, com 77 anos, oito dos quais foi vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).

Harris, de 55 anos, filha de pai jamaicano e de mãe indiana, será também a primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos, acompanhando Biden na entrada na Casa Branca a 20 de janeiro de 2021.

A atual senadora democrata pelo estado da Califórnia será também a mulher que ocupará um cargo político da maior hierarquia na administração norte-americana, honra até agora apenas pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosa.

Em 2015, Kamala Harris tinha sido eleita senadora pela Califórnia, o mais multicultural dos 50 estados, e já era falada como uma potencial rival de Donald Trump nas presidenciais americanas de 2020. Nascida em 1964 em Oakland, é filha de uma médica oriunda da Índia e de religião hindu, e de um professor de Economia com raízes jamaicanas.

Os pais divorciaram-se quando era pequena e foi criada, com a irmã Maya, pela mãe em Berkeley. Cresceu num bairro de maioria negra e cantava no coro da igreja batista. Durante algum tempo também viveu em Montreal, quando a mãe aceitou emprego no Canadá.

Estudou direito na Universidade Howard, em Washington, e na Universidade da Califórnia. Até estas eleições era procuradora-geral da Califórnia. Democrata, derrotou uma rival do mesmo partido (Loreta Sanchez, uma filha de mexicanos) e substitui no Senado uma outra mulher democrata, Barbara Boxer. É casada desde 2014 com Douglas Hemhoff, um advogado de Los Angeles.

Defensora do controlo de armas, opositora da pena de morte, campeã da integração dos imigrantes e da escola como elevador social, Kamala é uma das vozes progressistas em alta nos Estados Unidos e representante da crescente miscigenação no país. A revista ‘Mother Jones’ já a imagina a desafiar o republicano Trump, enquanto o ‘Daily Beast’ chama-a de “Obama versão feminina”. No senado, será a primeira indiano-americana e também a segunda afro-americana.