Eurovisão: como e onde comprar os vestidos das apresentadoras

A moda portuguesa brilhou na Eurovisão e as apresentadoras – Catarina Furtado, Daniela Ruah, Sílvia Alberto e Filomena Cautela – foram as grandes embaixadoras do melhor que se tem feito nesta matéria, em território nacional.

Agora que a festa desvanece, duas semanas depois de ter acontecido, e tudo volta ao seu lugar, também os vestidos que fizeram correr rios de tinta elogiosos regressam às mãos dos seus criadores. Exceção feita ao que foi usado por Filomena Cautela na despedida do certame. E este saiu das máquinas de costura de Manuel Alves e José Manuel Gonçalves e do palco foi diretamente para o roupeiro da apresentadora do 5 para a Meia Noite, RTP1. No entanto, cada criador dará destinos diferentes às propostas exclusivas que criou para as quatro anfitriãs do espetáculo.

Na galeria acima fique a saber quais os vestidos, dos 17 que estes criadores apresentaram, podem ser adquiridos, onde e a que preços. Uma iniciativa que implicará sempre o contacto direto com o criador. A grande maioria dos preços está apenas disponível para consulta, sendo que os restantes são indicativos.

Glamour exclusivo regressa ao ateliês e pode ser comprado

“Não há regras ou normas em situações como esta da Eurovisão. Esta ocasião é um bocadinho especial, mas a verdade é que os vestidos podem vir a ganhar nova vida”, revela João Branco. O designer, que faz dupla com Luís Sanchez para a Storytailors, acredita que quer o modelo vermelho com espartilho, quer o azul noite – ambos usados por Sílvia Alberto – podem “adaptar-se, pelas suas características, a outros corpos”. Ainda assim, o criador admite que “dão excelentes exemplares de showcase, mostrando exatamente o know how da dupla”, refere ao Delas.pt.

Gio Rodrigues já está a contar com a chegada da peça que Sílvia usou na última noite eurovisiva. “Usualmente, os vestidos acabam por voltar ao ateliê, são adaptados e renovados. E este não será diferente”, antecipa, em conversa com o nosso site.

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João Rôlo não podia concordar mais. O designer, lembre-se, vestiu Daniela Ruah de verde para a final, num acordo que é, em tudo, semelhante a um aluguer gratuito. Algo muito comum neste setor da moda e muito praticado em produções fotográficas. “Normalmente, os vestidos são mandados limpar e regressam aos ateliês. Depois, podem posteriormente ser vendidos, mas requerem, muitas vezes, ajustes para a nova cliente que o compra”.

É isto que espera Luís Carvalho. O estilista concebeu criações exclusivas para diversas ocasiões da Eurovisão e para vários rostos e corpos. Pelas suas mãos passaram o vestido que Daniela Ruah usou na segunda semifinal, o que Sílvia exibiu na Blue Carpet e o que a fadista Ana Moura envergou na noite da grande despedida do certame. “As criações regressam sempre à mão do criador, alguns são vendidos posteriormente, caso se adaptem, ou vão ficam nas lojas até serem vendido. Para já ficam connosco”, revela o designer. Só o de Ana Moura é que não volta à casa que o fez nascer. “Ela compra-me os vestidos e por isso fica com eles”.

Quando fazer de novo é melhor do que adaptar

Cláudia Semedo, Daniela Ruah e Sílvia Alberto usaram criações Carlos Gil e, tal como aconteceu com as propostas de outros criadores, foram igualmente elogiadas dentro e fora de portas, pessoalmente e também nas redes sociais.

O designer com ateliê com sede no Fundão espera, agora pelo regresso das suas criações a casa. “Geralmente, os vestidos são sempre devolvidos, mas, tendo sido executados e ajustados integralmente ao corpo das apresentadoras, refazê-los e arranjá-los é, por vezes, mais complexo. Mais vale fazer de novo”, justifica. Portanto, prossegue, “é sempre mais complicado vendê-los porque foram feitos por medida, ajustados”.

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Estas dificuldades levam a que estas peças acabem por integrar o espólio do estilista. “São vestidos que fazem história na hora certa e, depois, acabam por ter os seus dias contados”, desabafa. “Estas peças ganham uma vida reputacional para a casa que os criou”, acrescenta.

Os vestidos que vão ficar guardados para espólio

Numa perspetiva diferente, quer Nuno Baltazar – que há 17 anos veste Catarina Furtado e que foi o responsável pela imagem da apresentadora em exclusivo nas três emissões da Eurovisão – quer os ‘Manéis’ [Alves/Gonçalves] têm já decidido que as peças farão parte dos seus acervos.

Os vestidos voltam para o ateliê”, afirma Baltazar, que lembra que “todas as criações” que faz para Catarina Furtado “são especiais”. Trata-se de “uma história que tem sido feita ao lado dela e que, por isso, tem vindo a ser guardada desde o início”. No limite, este designer do norte admite apenas fazer “uma única réplica para cada vestido exclusivo” que desenvolve.

Também José Manuel Gonçalves admite destino semelhante para as criações exclusivas feitas pela dupla, que inclui Manuel Alves, para Filomena Cautela. “Todos os vestidos, menos o que lhe vamos oferecer, vão ficar guardados, são uma lembrança deste momento”, refere o designer ao Delas.pt. “Não devemos ter muito mais Eurovisões, por isso estas peças ficam para arquivo, ao lado de outras que temos vindo a guardar ao longo da nossa carreira”, acrescenta.

Imagem de destaque: DR

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