Farfetch pode despedir cerca de duas mil pessoas

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José Neves, CEO e Chairman da FARFETCH. [Fotografia: Artur Machado / Global Imagens]

A plataforma de ecommerce da moda de luxo fundada pelo português José Neves poderá vir a dispensar duas mil pessoas em todo o Mundo. Portugal, que conta com três mil funcionários distribuídos entre Matosinhos, Guimarães e Braga, também estará na mira dos cortes, como avança esta sexta-feira, 16 de fevereiro, o jornal ECO, falando em rescisões laborais em todo o mundo na ordem dos 25 a 30%.

Em território nacional, como avança a agência Lusa, tem havido receios de que a situação da empresa possa vir a ameaçar a concretização do projeto imobiliário Fuse Valley, em Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, um investimento de 200 milhões de euros partilhado com a construtora bracarense Castro Group.

Na quinta-feira, 15 de fevereiro, José Neves apresentou a sua demissão de presidente executivo da insígnia que fundou e que está agora nas mãos de sul-coreanos. A plataforma é detida por Bom Kim, do grupo Coupang, que concluiu em janeiro a aquisição do grupo, como avançou fonte oficial da companhia à agência Lusa. “A partir de hoje [quinta, 15], José Neves já não ocupa o cargo de CEO [presidente executivo] da Farfetch. Bom Kim e a equipa executiva da Farfetch irão liderar interinamente a empresa”, declarou a mesma fonte.

A Coupang, originária da Coreia do Sul, concluiu a compra dos ativos da Farfetch providenciando “acesso a 500 milhões de dólares [466 milhões de euros] em capital” ao grupo fundado por José Neves, de acordo com um comunicado divulgado em janeiro.

“Esta aquisição permite à Farfetch continuar a prestar serviços excecionais às suas marcas e boutiques parceiras, bem como a mais de quatro milhões de clientes em todo o mundo”, segundo a mesma nota.

A Coupang acredita que, tirando partido das suas capacidades operacionais e da logística, “a Farfetch está agora bem posicionada para prosseguir um crescimento estável e ponderado”.

A Farfetch – plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves, com sede fiscal em Londres e que foi o primeiro ‘unicórnio’ português (‘startup’ avaliada em mais de mil milhões de euros) – tem vindo a apresentar prejuízos e recentemente a sofrer grandes perdas em bolsa, após dois anos de lucro em 2021 e 2022, em que beneficiou do ‘boom’ do comércio ‘online’.

com Lusa